SAJ: audiência pública debate sobre terreno de Fernando do Ouro ocupado por famílias e possível construção de bairro popular

Uma audiência pública foi realizada na tarde desta quarta-feira (02), na Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus para tratar sobre a desocupação do terreno que pertencia a Fernando  Barbosa Gomes, conhecido como Fernando do Ouro, falecido no dia 14 de fevereiro de 2018 e que foi ocupada  no mesmo dia por mais de mil famílias de baixa renda.

A audiência proposta pelo vereador Pedro de Teca discutiu não somente sobre a desapropriação agendada para a próxima segunda-feira (7), mas colocou em pauta a questão do direito a moradia a pessoas de baixa renda no município de Santo Antônio de Jesus.  O defensor público a frente do caso, Dr. Lucas Ressureição contou que possibilidades foram pensadas para garantir um espaço digno a famílias que precisam de abrigo. “Na audiência de hoje nós podemos traçar através de um debate algumas sugestões e encaminhamentos, dentre eles a possibilidade do poder legislativo municipal fazer um encaminhamento ao poder executivo no sentido de fazer uma desapropriação do móvel em questão e com finalidade de se tornar ali um instrumento para garantia da moradia das pessoas que lá estão”, pontuou.

O advogado representante dos ocupantes, Dr. Leonardo Fiúza conta que a audiência foi uma oportunidade de dar voz a essas famílias e mostrar para a sociedade que o ato deles não deve ser considerado um crime. “Foi um dia proveitoso porque foi dada a voz e espaço para que a sociedade possa ver também outro ponto de vista deles que estão ocupando. Eles conseguiram hoje um apoio formal com um documento da câmara de vereadores com a indicação da construção de um bairro popular respeitando a legislação urbanística e ambiental”, frisou.

A Polícia Militar também se fez presente na audiência representada pelo Capitão Sandro Guimarães que destacou que atendeu um convite do Major Jader e na oportunidade lembrou que o trabalho da polícia tem sido pensar a melhor forma de desapropriação da área ocupada. “Não vai ser preciso o uso da força pela Polícia Militar, mas estaremos acompanhando para fazer o registro de como aconteceu a retirada dos ocupantes desse terreno”, explicou.

O representante da comissão das famílias do terreno  explicou que a tristeza é por conta das plantações feitas no local. “A gente tá muito triste pelo trabalho, nossa luta que nós teve [sic] e deixar tudo ir por água abaixo e não ter alguém com compaixão e deixar ao menos tirar a lavoura que tem lá dentro. Vai ser tudo perdido, destruído”, relatou.

Questionado sobre uma possível permanência no local, Osvaldo disse que tem esperanças. “Nós estamos esperando que vamos continuar naquele mesmo loteamento, porque se sair dali, só Deus tem misericórdia”, finalizou.

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