Dra. Marla Niag fala sobre interrupção legal da gestação no caso da adolescente grávida após abuso em SAJ

Drª. Marla Niag, Ginecologista Obstetra – Imagem: reprodução

Em entrevista ao programa Levante a Voz, nesta quinta-feira (25), a médica ginecologista Dra. Marla Niag falou sobre a situação da adolescente grávida por conta de violência sexual. A jovem de 17 anos, é deficiente intelectual, e segundo a mãe da garota em entrevista ao Blog do Valente, foi abusada sexualmente por um pastor evangélico. Conforme a especialista, a adolescente precisa de um atendimento multidisciplinar para lidar com os desafios da gravidez e do trauma da violência.

“Nessa situação, é necessário ter um olhar particularizado, individualizado e cuidadoso e deve ser acompanhada não apenas pelo ginecologista e obstetra, mas por toda uma equipe interdisciplinar. Porque uma gestação dessa natureza, nesse contexto, merece uma atenção ainda maior”, explica

Segundo a médica, a gestação é um processo complexo que envolve a mulher de forma ampla, física e emocionalmente. No caso de uma adolescente grávida por conta de violência sexual, os desafios são ainda maiores.

“Além dos riscos comuns à gravidez na adolescência, como complicações obstétricas, depressão e ansiedade, a adolescente que engravidou por violência sexual também pode enfrentar o trauma psicológico da violência, dificuldades para lidar com a maternidade e dificuldades para denunciar o agressor”, disse Dra. Marla

Ainda conforme a especialista, é importante que a adolescente tenha acesso a um atendimento humanizado e especializado, que inclua profissionais de saúde, psicologia, assistência social e outros.

“A equipe deve oferecer à adolescente informações sobre as suas opções, incluindo a possibilidade de interrupção legal da gravidez”, esclarece.

A interrupção legal da gravidez é permitida no Brasil em três casos: violência sexual, risco de vida para a mãe e anencefalia do feto. A decisão de interromper ou não a gravidez é pessoal e deve ser tomada pela adolescente, com o apoio da equipe de saúde.

A médica também destacou a importância do apoio de grupos de apoio para vítimas de violência sexual. Esses grupos podem oferecer apoio emocional e social à adolescente, ajudando-a a lidar com o trauma da violência e com os desafios da gravidez.

“É importante que a adolescente saiba que ela não está sozinha e que existem pessoas que podem ajudá-la”, concluiu a médica.



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