Novas variantes do SARS-Cov-2, ENEM e aprovação das vacinas no Brasil – por Prof. Dr. Pedro Fróes

Ouvimos, assustados, a notícia de uma nova variante no Reino Unido. Essa semana, o Brasil foi notificado sobre quatro pessoas que entraram no Japão vindas da Amazônia e que possuíam uma nova variante, a linhagem B.1.1.28, uma provável variante brasileira. Surge a pergunta: “Essa nova variante é mais transmissível?” Isso só o tempo vai dizer, no entanto, dentro da Biologia, os organismos vivem se adaptando, evoluindo. Para o vírus, as reações adversas causadas no hospedeiro após a sua transmissão (sintomas graves, internações e óbitos), pouco importam. A estratégia para combater essa variante, ou qualquer outra que vier futuramente, é continuar mantendo o distanciamento social e o uso de máscaras, enquanto aguardamos o tal “dia D e a hora H”, prometido pelo então Ministro da Saúde. Nesse meio tempo, estamos na semana do primeiro dia de aplicação das provas do ENEM, em meio a maior pandemia de nossas gerações. O ENEM representa, para muitos, a oportunidade de buscar uma vida melhor, digna. Porém, existe uma encruzilhada nesse processo: aguardar a vacinação para fazer a prova de forma segura, ou se arriscar para ir atrás de seu sonho, sabendo que ele pode terminar antes mesmo de sair os resultados da avaliação?! Mesmo com os atrasos e a imprudência de politizar algo essencial para o combate ao novo Coronavírus, as vacinas estão próximas de chegar. Os resultados de eficácia global e proteção das duas opções vacinais que teremos em curto/médio prazo – vacinas Coronavac (Instituto Butantan) e Oxford/Astrazeneca (Fiocruz) – devem ser divulgados nos próximos dias e esperamos que sejam aprovadas para uso emergencial pela ANVISA. A vacinação é um bem coletivo e os planos de vacinação precisam cobrir o maior número pessoas dentro de uma população para que ela possa atingir a chamada “imunidade de rebanho”, protegendo àqueles que não são capazes de produzir anticorpos e os que não poderão ser vacinados. Além disso, serão vacinados os grupos prioritários primeiro, então o distanciamento social e o uso de máscaras ainda será essencial. Mesmo sucateado, o SUS é elogiado mundialmente pela sua estrutura de vacinação. Essa é a única maneira de mudar esse placar, que já custou mais de 200.000 vidas só aqui no Brasil. Só assim evitaremos que a “seleção natural”, onde só sobrevivem os mais adaptados, continue ocorrendo.

REFERÊNCIAS:

MADEIRO, C. Cientistas encontram variante inédita do novo coronavírus com origem no AM. 2021. Disponível em: . Acesso em 12 de janeiro de 2021.

MARINS, C. As duas vacinas do Brasil tiveram problemas na divulgação de eficácia geral. 2021. Disponível em: . Acesso em 12 de janeiro de 2021.

PRETE, R. L. Diretor responsável pelo ENEM, general da reserva Carlos Roberto Pinto de Souza morre de COVID. 2021. Disponível em: . Acesso em 12 de janeiro de 2021.



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