Uso e abuso do álcool na adolescência pode gerar problemas graves no futuro, afirma especialista

Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro. Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. “O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem”, afirma o médico Dráuzio Varella. Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida, o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo. “Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana”, acrescentou.
Em Santo Antônio de Jesus o índice de internação de adolescentes em coma alcoólico nos festejos juninos, preocuparam não só a secretaria de Saúde do município como também o Conselho de acolhimento a Criança e o Adolescente.Considerado o maior São João da Bahia, os festejos juninos da cidade atraiu muitos turista, o que segundo Lucas Santos, Conselheiro Tutelar, dificultou muito a localização dos pais ou responsável pelo menor na festa, “tivemos muitas dificuldades porque o grande número dessas pessoas não são daqui da cidade, alguns em coma alcoólicos não sabiam o endereço e estavam sem documentação”, evidenciou. Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários. Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa. O Conselho Tutelar informou que uma campanha de conscientização sobre o consumo e a comercialização de álcool a menores de idade foi feita no intuito de educar tanto pais, menores e comerciantes, “O Conselho Tutelar teve um trabalho muito importante em todo esse processo do São João que iniciou com a campanha preventiva há uma semana antes junto com o Espaço Criar, CREAS e Ação Social do município, desenvolvendo um trabalho de conscientização acerca do trabalho infantil e também das vendas de bebidas alcoólicas para crianças e adolescentes”, afirmou Lucas Santos Coordenador do Conselho Tutelar no município.

*Amargosa news



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia