Caracterizado pela sociedade internacional de continência – International Continence Society (ICS) como a perda involuntária de urina após os 5 anos de idade, a incontinência urinária – IU é um problema social e/ou higiênico. Apesar de não haver relação direta com risco de morte para o paciente, esta disfunção impacta diretamente na vida cotidiana.
O termo incontinência urinária engloba diversos tipos de perda involuntária de urina, causadas por diferentes fatores e que abrange diferentes faixas etárias, grupos de risco. Dentre os tipos de IU os mais comuns a serem encontrados são:
- Urge-incontinência – perde urina após uma vontade incontrolável de ir ao banheiro
• Enurese – urinar durante o sono
• Noctúria – acordar para urinar
• Incontinência urinária de esforço – perde urina durante algum esforço como levantar um peso, caminhar, tossir, espirrar ou levantar de uma cadeira
• Incontinência urinária mista – é quando há os sintomas das urge-incontinência e a incontinência de esforço
• Incontinência urinária funcional – perde urina por dificuldade de chegar ao banheiro
• Incontinência urinária por transbordamento – perde urina após uma grande quantidade acumulada na bexiga que acaba transbordando para fora do corpo.
• Bexiga neurogênica – são as IU causadas por problemas neurológicos como uma lesão na medula.
Apesar de bastante presente, IU não se limita a população mais idosa. Esta disfunção afeta homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, esportistas, grávidas, pessoas que apresentam efeitos colaterais de alguns remédios, sequelas de acidentes e de cirurgia de retirada da próstata como exemplos.
Estima-se que no Brasil existam mais 13 milhões de mulheres com IU, porém apenas 11- 23% procuram atendimento específico. Para se ter uma ideia da situação, há uma estimativa de chance de 50% de uma mulher apresentar IU pós 60 anos e de 49% (variando entre 24% a 75%) de uma mulher apresentar Incontinência urinária de esforço entre os 18 os 90 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que em 2025 o Brasil terá a sexta maior população de idosos no mundo, logo o número de IU no país tende a aumentar bastante.
Apesar da sua expressividade a incontinência urinária ainda permanece como tabu nas conversas com os profissionais de saúde. Muitos pacientes têm vergonha de admitir a sua condição, não procuram ajuda profissional por desconhecerem que existe tratamento e outros até chegam a pensar que é natural da idade. Em contra partida, pode haver também uma falha por parte dos profissionais, pois, ao não investigar a existência de uma possível incontinência ou sabendo que há a perda de urina não encaminham para um tratamento acabam negligenciando a disfunção. Isso pode se dever a uma falsa ideia de normalidade no fato da perda de urina em determinados grupos a exemplo os dos idosos. Também há a possibilidade de existir um despreparo do profissional, ele pode desconhecer o que é a IU, o seu impacto na qualidade de vida do paciente, se existe e qual é o tratamento para a esta doença.
A procura de um profissional qualificado para o diagnóstico e o tratamento é o primeiro passo para a melhora do quadro. Todavia na maioria dos casos o tratamento deve ser realizado em equipe. O paciente pode ir diretamente para um fisioterapeuta ou ao médico não havendo necessidade de ir a um primeiro que o outro, mas sim, é necessária a avaliação da equipe para a realização dos diagnósticos Fisioterapêutico e Médico para traçar o melhor tratamento.
Por Thiago Ribeiro, Fisioterapeuta (Espaço SuperAr)
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