Epidemia de zika e microcefalia evidencia desigualdades sociais e de gênero

Nesta sexta-feira (11), completa-se um ano desde que o Brasil foi oficialmente atingido por uma das maiores epidemias de sua história: o vírus Zika. Os pesquisadores correm atrás do desconhecido, entretanto, a epidemia coloca em evidência uma realidade bem conhecida de desigualdade e discriminação.

“Por trás da epidemia, há mais que um mosquito e um vírus. Tem um sujeito oculto que precisa ser lembrado, ser trazido para o centro da narrativa: a mulher jovem negra em idade fértil”, afirma a médica Jurema Werneck, integrante da ONG Criola. A declaração revela a preocupação diante da epidemia em torno da situação da mulher, em especial a negra. Especialistas são unânimes em afirmar que a epidemia do vírus zika revela uma série de violações de direitos, a começar pela invisibilidade.

Os números oficiais divulgados pelas secretarias municipais e estaduais de saúde referem-se somente aos bebês que nasceram com alteração neurológica. Quase um ano depois da explosão da epidemia, não se sabe ainda quantas mães foram de fato infectadas pelo Zika ou outra virose transmitida pelo mosquito. Até agora, com exceção de ações isoladas de alguns órgãos de assistência social, as pesquisas feitas com as mulheres tem focado nos sintomas e no diagnóstico. O perfil racial e socioeconômico das pacientes fica relegado.

*Correio



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