Hospitais cheios: mãe relata drama de não conseguir internação para filha

Os impactos da alta de casos de Covid-19 e da lotação nos hospitais já são sentidos até mesmo por quem não está com a doença. É o caso de Rejane Vitória, de 18 anos, que está com uma infecção nos rins e não consegue internamento nos hospitais de Salvador.

Segundo Geane Mandelli, mãe de Rejane, no mês passado a filha começou a urinar sangue e sentir muitas dores. Com isso, ela levou a jovem para a emergência do Hospital Professor Eládio Lasserre, no bairro de Águas Claras, onde foi medicada e liberada.

Depois, como as dores só pioraram, ela foi internada na mesma unidade no dia 28 de fevereiro. “Ela já estava com infecção nos rins e a tomografia deu derramamento de liquido no pulmão. Ficou 8 dias, mas o médico explicou que só tinha comprometido 50% do pulmão dela e que o derramamento já tinha sido controlado, por isso ela recebeu alta”, conta.

A recomendação médica foi que, caso não tivesse melhora, deveria voltar para emergência. Mais de 10 dias depois e com o fim da medicação que havia sido receitada, Rejane voltou a piorar.

“Então voltei para a emergência, só que já estava fechada, Aí veio a minha luta, indo para as UPAs, os médicos olham, fazem exames nela, dizem que a infecção aumentou, mas que não tem como deixá-la internada, que não vai conseguir regulação”, explica.

“Ela voltou a piorar, disse que dor mudou de lugar. Levamos na UPA de Valéria, o médico fez os exames, disse para ela que a infecção já tá no pâncreas, mas que não poderia deixar ela internada”, continua.

Agora, Geane teme que sua filha não sobreviva sem a internação que precisa, já que o risco é que a infecção passe para outros órgãos. “Minha filha vai morrer se Deus não tiver misericórdia”, diz emocionada.

Colapso

O governador da Bahia, Rui Costa, admitiu no último dia 17 que o sistema de saúde do estado está em colapso por causa do número alto de pacientes que precisam de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e da demora na regulação.

Até as 15h desta quarta-feira, 24, 258 solicitações de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para adultos constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 98 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema.

Em nota enviada ao Portal A TARDE, a Sesab nega não ser possível fazer a regulação por falta de vagas no sistema de saúde e afirma que cabe a equipe médica fazer a avaliação do paciente e verificar qual a necessidade de assistência dele. Confira o posicionamento na íntegra:

“Caso alguém precise de atendimento de emergência\urgência, seja para coronavirus ou qualquer outro agravo, deve buscar o atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).Os profissionais destas unidades é que vão avaliar a necessidade do paciente. Caso seja necessária a internação\transferência para unidade hospitalar, os médicos farão a solicitação à Central Estadual de Regulação, que buscará uma unidade que atenda o perfil do paciente”.

*A Tarde



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