Já é de algum tempo, bem antes ainda do Padre Cícero, que religião e fé se misturam no Brasil, muito a contragosto dos cardeais e até do papa. Há padres que só querem conduzir espiritualmente o seu rebanho, mas também há padres ( ou pastores ) que preferem conduzir o rebanho também administrativamente falando, de preferência na prefeitura de suas cidades. A Igreja Católica é oficialmente contra a candidatura dos clérigos. Os padres simplesmente não podem assumir cargos públicos já que para o clero, a conduta dos padres candidatos é reprovável com base na palavra bíblica que diz que não se pode servir a dois senhores. Mas não são só os padres que dividem sua atenção entre o culto e a campanha política – também pastores e outros sacerdotes religiosos estão na disputa do voto este ano. O TSE divulgou que 31 candidatos a prefeito na campanha eleitoral 2008 são líderes religiosos de várias denominações. Vale destacar alguns candidatos religiosos que se tornaram eleitos pelo voto popular, desagradando ou não suas igrejas: pelo lado protestante o destaque nacional é o Bispo e Senador Marcelo Crivella da Igreja Universal, que concorre à prefeitura do Rio. Na Bahia a participação de padres na política parece ter se incorporado à normalidade – em Teixeira de Freitas o prefeito é o Padre Aparecido Rodrigues Staut, que concorre à reeleição, o mesmo ocorrendo em Santa Brígida, onde o prefeito é o padre Francisco dos Santos Teles.