Movimento 11 de Dezembro organiza vigília em memória às vítimas da explosão da fábrica de fogos

O Movimento 11 de Dezembro, formado por familiares das vítimas da explosão da fábrica de fogos de artifício, em Santo Antônio de Jesus (a 185 km de Salvador), participa nesta quarta-feira (11), às 14h, na Creche Irmã Dulce, de uma palestra organizada pelo Cerest, numa homenagem póstuma às vítimas da explosão da fábrica fogos. Na noite de hoje (10), uma vigília e uma missa em memória às 64 vítimas da tragédia, que completa 15 anos, serão realizadas às 21h na Igreja do Bom Jesus da Lapa, no bairro de Irmã Dulce.

Mesmo com os responsáveis julgados, até hoje a única indenização aos familiares foram os R$ 20 mil estipulados pela Justiça a cada uma das famílias que perderam parentes na explosão. “Perdi três filhas que morreram trabalhando. Essa data é como se fosse o dia do acidente. Até hoje não vi justiça. Esse acordo deve começar a ser cumprido em 8 de janeiro do ano que vem. Passamos 15 anos sem ajuda alguma. O que é R$ 20 mil para uma morte? Se fosse R$ 100 mil não pagavam a vida de uma filha”, lamentou Maria Madalena, vice-presidente do Movimento.

Maria Balbina, presidente do Movimento , diz que o pior momento dessa luta de 15 anos por justiça, foi estar de frente com os responsáveis pela tragédia no tribunal. “Vi minha única filha de manhã. Ela saiu e não voltou mais. Esse dinheiro é uma maldição e o pior foi ouvir do responsável que não conhecia ninguém que trabalhava para ele naquela fábrica que ele recrutava, sem assinar carteira, de criança a mulheres”, salientou.

O acordo com os proprietários da fabrica de fogos foi de mais de R$ 1,3 milhões, que serão divididos entre os familiares da tragédia. Segundo Ailton Santos, ex-vereador que apoia as famílias, a indenização será paga em três parcelas, ficando acordado que a primeira será paga em janeiro. “Os beneficiários serão os cinco sobreviventes, familiares das vítimas e a menina Vitória”, explicou. Ailton lembrou também que existe uma ação trabalhista e outra ação indenizatória contra a União, Estado e Município.

Cristna Pita

 



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