Com verba bloqueada, Ufba pode iniciar 2018 com dívida de R$ 20 mi

Reitor convocou coletiva, nesta terça, para anunciar congresso e falar sobre situação financeira (Foto: Antônio Moreno/Ufba)

Com R$ 15,8 milhões da verba de custeio retida, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) pode iniciar o ano de 2018 no vermelho e sem garantir a plena prestação de serviço à comunidade acadêmica. A previsão foi feita pelo reitor João Carlos Salles durante a coletiva em que anunciou a nova edição do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão, na manhã desta terça-feira (10). “Uma parte do orçamento da Ufba está bloqueado e se essa verba não for liberada, a universidade vai entrar o próximo ano com dívidas”, comentou. Esse valor equivale a 10% do orçamento de custeio do ano, que é de R$ 158.007.419,00. Soma-se a esse desfalque o contingenciamento, por parte do governo federal, de R$ 4,7 milhões da verba de capital, que pode fazer com que a instituição inicie o ano com R$ 20.557.748,00 a menos para dar conta dos investimentos e despesas operacionais.

De acordo com o reitor, basta o déficit no custeio ocorrer, que a instituição já vai ter dificuldade de arcar com despesas fixas, como pagamento de luz, água, além de limpeza e manutenção dos campi.

Apesar da redução, Salles garantiu que existe um esforço por parte da universidade para garantir bolsas, auxílios para alunos e a manutenção das unidades. “No momento, estamos honrando todas as bolsas da Ufba e estamos conseguindo manter todos os serviços na universidade”, afirmou.

O investimento em material permanente, como computador, ar condicionado e mesas, além da realização de obras, por exemplo, também fica ameaçado com os R$ 4,7 milhões a menos no orçamento de capital. “Continuamos lutando por verba de custeio, para pagamento de terceirizados e etc; e de capital, para dar continuidade a obras. Ainda estamos brigando por mais limite e por um desbloqueio do nosso crédito, para que aquilo que seja pactuado no orçamento da universidade seja mantido”, declarou o reitor.

Orçamento anual
O orçamento anual da Ufba, este ano, é de pouco mais de R$ 1,4 bilhão, no entanto, a maior parte deste valor se refere a custo de pessoal e encargos, da ativa e aposentados, e é pago diretamente pelo governo federal. A reitoria, portanto, administra efetivamente os itens de custeio e de capital, que totaliza R$ 173,8 milhões.

O CORREIO entrou em contato com a assessoria do Ministério da Educação (MEC), para comentar o pedido de liberação de verbas do reitor da Ufba, mas até a publicação da reportagem, a assessoria ainda não havia respondido aos questionamentos.

No mês passado, o MEC chegou a liberar parte das verbas requeridas por universidades e institutos federais de todo o país, da ordem de R$ 1 bilhão. Desse valor, R$ 47,9 milhões foi para instituições da Bahia. Além da Ufba, foram contemplados as universidades federais do Recôncavo (UFRB), do Oeste (Ufob) e do Sul (Ufsb), além do Instituto Federal Baiano (IfBaiano) e do Instituto Federal da Bahia (Ifba).

Congresso da Ufba
Apesar do cenário econômico desfavorável, a universidade realiza o Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão, entre os dias 16 e 18, que contará com 93 mesas de debates, apresentação de 2.374 trabalhos de estudantes e 60 intervenções artísticas. O evento ocorre na reitoria, no Canela, e na bliblioteca de Saúde e é composto por apresentações de estudantes bolsistas dos programas de Iniciação Científica (Pibic), de Iniciação à Docência (Pibid) e de Educação Tutorial (Pet).

“É um mês difícil, porque se define o calendário orçamental das faculdades. É importante considerar que o congresso é um fórum adequado para manifestar essas questões”, avaliou o reitor.

Ao todo, 15 convidados de outros estados e países participarão das mesas. Intervenções artísticas, oficinas e exposições serão espalhadas por todas as unidades da Ufba. A programação completa pode ser conferida no site www.congresso.ufba.br.

 *Correio


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