No último domingo (25), a cena lamentável de captura ilegal de caranguejos-uça no Rio da Penha, em Vera Cruz, evidenciou uma grave ameaça à preservação da espécie e ao sustento das comunidades costeiras. A prática, proibida durante o período de defeso pela Portaria SAP/MAPA n° 325/2020, coloca em risco a reprodução do crustáceo e o equilíbrio dos manguezais.
Um ciclo vital sob ameaça
O defeso, que se estende por três períodos específicos em 2023, corresponde às fases de lua nova e coincide com o ciclo reprodutivo do caranguejo-uçá. Durante a “andada”, os crustáceos migram para acasalamento e liberação de ovos, garantindo a perpetuação da espécie. A captura nesse período crucial pode dizimar populações inteiras, afetando toda a cadeia alimentar e econômica dependente do caranguejo-uçá.
Um pilar dos manguezais em risco
O caranguejo-uçá (Ucides cordatus) não é apenas uma fonte de renda e alimento para comunidades costeiras, mas também um elemento vital para a saúde dos manguezais. Sua atividade de escavação contribui para a oxigenação do solo, enquanto sua dieta ajuda a controlar a proliferação de organismos. A pesca ilegal coloca em risco a complexa teia de relações que sustentam esse ecossistema crucial.
Conscientização e fiscalização: medidas urgentes
O flagrante em Vera Cruz serve como um alerta: é urgente conscientizar a população sobre a importância do defeso e dos impactos da pesca ilegal. Ações educativas e campanhas de sensibilização são essenciais para garantir a preservação do caranguejo-uçá e a segurança alimentar das comunidades que dependem dele.
Ao mesmo tempo, a fiscalização rigorosa por parte das autoridades competentes é fundamental para coibir práticas predatórias e punir os infratores. Ações conjuntas entre órgãos ambientais, comunidades locais e outras entidades são essenciais para garantir a proteção do caranguejo-uçá e a sustentabilidade dos manguezais.
O futuro dos manguezais em nossas mãos
A preservação do caranguejo-uçá e dos manguezais depende de um esforço conjunto. Conscientização, fiscalização e ações responsáveis são os pilares para garantir a reprodução da espécie, o sustento das comunidades costeiras e a saúde dos ecossistemas marinhos. É hora de agir para proteger esse patrimônio natural e garantir o seu futuro para as próximas gerações.
