Desembargador insinua que mulher vítima de assédio por parte de pastor seria ‘sonsa’: “uma caça aos homens”

Imagem: Reprodução

Durante um julgamento na 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás, o Desembargador Silvânio de Alvarenga fez insinuações sobre uma jovem denunciante de assédio, sugerindo que ela agiu de forma ingênua, e expressou descontentamento com o que ele chamou de “caça aos homens”.

A ação em análise tratava-se de um processo de reparação de danos morais movido por uma jovem que acusou o pastor Davi Passamani, fundador da igreja A Casa, de assédio sexual. O pastor já enfrentou acusações similares por parte de três ex-membros da congregação.

Durante sua intervenção, Silvânio começou por criticar o que ele considera uma “caça às bruxas” e uma “caça aos homens”, sugerindo que essa postura está prejudicando as relações entre homens e mulheres.

No desfecho de sua argumentação, o desembargador levantou a questão se a vítima não teria sido ingênua, utilizando o termo “sonsa” e questionando sua compreensão dos eventos ocorridos.

“Outra questão que eu levanto é: essa jovem, ela mesma admitiu ser ‘sonsa’, utilizando essa expressão, indicando que não estava entendendo a situação. Será que ela não foi ingênua nesse contexto? Num tempo como o nosso, essa é outra incerteza.”

Em uma nova audiência, que ocorreu na manhã desta terça (26),  o desembargador voltou atrás e votou a favor do líder religioso pagar uma indenização de R$ 50 mil para instituições que acolhem mulheres vítimas de violências.



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