Secretário de Educação de Salvador defende retorno às aulas presenciais e diz que diálogo está aberto com APLB

Foto: redes sociais

O secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, defendeu, nesta quarta-feira, 5,  o retorno às aulas presenciais na capital e rebateu as principais críticas que vem recebendo da Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção da Bahia (APLB-BA).

O sindicato deliberou, na tarde desta quarta, em reunião virtual, pelo não retorno das aulas presenciais até que todos os profissionais da educação estejam imunizados com a segunda dose da vacina para Covid-19. Marcelo Oliveira deixou claro que mantém aberto os canais de diálogo com a categoria.

“Estamos em negociação permanente com os professores, através da APLB. A entidade nos apresentou uma lista com 13 exigências e todas estão cumpridas. O impasse está na questão da vacina, que a categoria acredita ser necessária a segunda dose para que se possa voltar às aulas presenciais.”, afirmou o secretário.

“Entretanto, já está cientificamente comprovado, pela Fiocruz, por exemplo, que a primeira dose confere uma imunidade expressiva, de 76%, o que garante uma volta segura às salas de aula”,  emendou Oliveira.

De acordo o secretário, o ensino remoto “nem sempre é eficiente” e a modalidade presencial, em contraste, oferece “melhores resultados” para os estudantes. “A presença do professor em sala de aula permite uma interação mais próxima e intervenções imediatas que dão melhores resultados no aprendizado. Mesmo com todas as ações da Prefeitura para garantir os estudos dos alunos da Rede em casa, o ensino remoto nem sempre é eficiente”, disse.

Marcelo Oliveira conversou com o  A TARDE, em meio às discussões sobre o retorno das aulas presenciais na capital baiana. Confira:

Quais foram as medidas adotadas pela prefeitura e a secretaria de educação para salvaguardar professores, alunos e demais funcionários de escolas contra a Covid-19?

São várias medidas. A principal delas é a vacinação de 100% dos profissionais da educação das redes pública e privada. Salvador já havia chegado a 80% desse público e, até essa quinta-feira [6], pretendemos alcançar os 100%. São profissionais que estão recebendo o imunizante da AstraZeneca que confere uma imunidade de 76%, depois de 22 dias da aplicação da primeira dose. Além disso, desde o ano passado, nossas unidades escolares vêm passando por adequações para atender os protocolos sanitários, como a redução do número de alunos em sala de aula para garantir o distanciamento, a marcação de espaços, instalação de pias, stand e dispenser de álcool 70, aquisição de termômetros digitais e tapetes sanitizantes, entre outros. Também treinamos as equipes para receber os alunos. Há um protocolo completo e bem detalhado para garantir a volta às aulas de forma segura para estudantes, professores, equipes gestoras, coordenadores e demais funcionários.

A APLB Sindicato tem se colocado contra o retorno das aulas neste momento. Inclusive, mesmo após o anúncio de retomada das aulas pelo prefeito Bruno Reis, observou-se uma baixa presença de professores nas escolas da rede municipal. O que a prefeitura tem feito para resolver esse impasse?

Estamos em negociação permanente com os professores, através da APLB. A entidade nos apresentou uma lista com 13 exigências e todas estão cumpridas. O impasse está na questão da vacina, que a categoria acredita ser necessária a segunda dose para se possa voltar às aulas presenciais. Entretanto, já está cientificamente comprovado, pela Fiocruz, por exemplo, que a primeira dose confere uma imunidade expressiva, de 76%, o que garante uma volta segura às salas de aula. Se formos esperar a segunda dose, não seria possível voltar ainda esse ano, porque o intervalo é de três meses. Esse quadro é lamentável, porque prejudica o lado mais vulnerável que é o aluno da escola pública. De qualquer maneira, permanecemos com o diálogo aberto, transparente e democrático e esperamos que a categoria entenda a importância da volta às aulas presenciais o mais rápido possível.

Se não houver um acordo com a APLB Sindicato e as escolas das redes municipais continuarem com uma baixa adesão dos docentes, qual será o posicionamento da prefeitura e da secretaria de educação diante deste cenário?

Nossas unidades escolares permanecerão abertas para receber nossos alunos. E não fecharemos os espaços de diálogo e a busca por um entendimento em prol dos estudantes da rede municipal.

A prefeitura anunciou que imunizou 100% dos trabalhadores da educação, isto com a primeira dose da vacina. Com esta primeira aplicação, os profissionais da educação podem se sentir seguros ao voltar às salas de aula?

Sim. Já está comprovado cientificamente que a primeira dose confere 76% de proteção – um percentual alto. Associada às medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higiene das mãos, temos uma proteção ainda mais ampla.

Em que medida o não retorno das aulas compromete os anos letivos e a educação dos alunos?

É comprovada a grande importância da escola na vida das crianças e adolescentes. A presença do professor em sala de aula permite uma interação mais próxima e intervenções imediatas que dão melhores resultados no aprendizado. Mesmo com todas as ações da prefeitura para garantir os estudos dos alunos da Rede em casa, o ensino remoto nem sempre é eficiente, porque depende muito também da maturidade do estudante, das condições ambientais para os estudos (um lugar silencioso, com boa luminosidade, por exemplo) e do apoio da  família. Sabemos que em muitos lares essa não é a realidade. Assim, queremos voltar a ter esses alunos nas escolas, com um ensino/aprendizagem eficaz e de qualidade. Outra preocupação que temos é com a evasão escolar, um problema sério no Brasil. Não podemos deixar que esses alunos abandonem os estudos para não ampliar ainda mais os problemas socioeconômicos dessas famílias.

 

*ATarde



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