Idoso é agredido após furtar carne em frigorífico, em Juazeiro; entenda o que é ‘furto famélico’

Furto famélico é o crime motivado pela necessidade de sobrevivência, na maioria das vezes por causa da fome. Além de comida, o roubo de produtos de higiene, medicamentos ou itens básicos também são enquadrados como “famélicos”.
Imagem: Marcelo Justo

Um idoso foi agredido após furtar carne de um frigorífico na cidade de Juazeiro. Um vídeo, compartilhado nas redes sociais, mostram quando um empresário, dono do estabelecimento agride o senhor alegando que esta não é a primeira vez que o homem comete o delito.

Segundo publicação do G1, o caso aconteceu na manhã de quinta-feira (12). A idade do idoso não foi divulgada. Depois da repercussão negativa da agressão, o empresário Erasmo Neto apagou o vídeo das redes sociais, e publicou uma nota, dizendo que se comportou “como um selvagem”, e que estava arrependido da ação.

Erasmo não registrou queixa contra o idoso pelo furto, e o idoso também não registrou boletim pela agressão.

Furto famélico e aumento da taxa de extrema pobreza

Furto famélico é o delito motivado pela necessidade de sobrevivência, na maioria das vezes por causa da fome. Além de comida, o roubo de produtos de higiene, medicamentos ou itens básicos também são enquadrados como “famélicos”.

O Direito Penal compreende, pelo chamado Princípio da Insignificância, que furtos famélicos não são suficientemente graves para a sociedade, a ponto de punir quem o comete. Assim, o roubo pela fome deixa de ser passível de punição e se torna um problema social.

A Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) registrou, entre os anos de 2017 a 2021, um aumento de cerca de 10% dos furtos famélicos em todo o estado. Pessoas que cometem o delito, e são assistidas pelo órgão na Justiça, costumam ser encaminhas para o programa “Corra Pro Abraço”, que atua para devolver a dignidade às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

As graves taxas de extrema pobreza em todo o país colaboram para o aumento dos furtos famélicos, não só na Bahia. Em 2019, um estudo da Universidade de São Paulo identificou que a taxa de extrema pobreza no país era de 6,6%, cerca de 14 milhões de pessoas.

As informações são do G1 e da Rede Bahia.

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