Furto famélico é o crime motivado pela necessidade de sobrevivência, na maioria das vezes por causa da fome. Além de comida, o roubo de produtos de higiene, medicamentos ou itens básicos também são enquadrados como “famélicos”.
Um idoso foi agredido após furtar carne de um frigorífico na cidade de Juazeiro. Um vídeo, compartilhado nas redes sociais, mostram quando um empresário, dono do estabelecimento agride o senhor alegando que esta não é a primeira vez que o homem comete o delito.
Segundo publicação do G1, o caso aconteceu na manhã de quinta-feira (12). A idade do idoso não foi divulgada. Depois da repercussão negativa da agressão, o empresário Erasmo Neto apagou o vídeo das redes sociais, e publicou uma nota, dizendo que se comportou “como um selvagem”, e que estava arrependido da ação.
Erasmo não registrou queixa contra o idoso pelo furto, e o idoso também não registrou boletim pela agressão.
Furto famélico e aumento da taxa de extrema pobreza
Furto famélico é o delito motivado pela necessidade de sobrevivência, na maioria das vezes por causa da fome. Além de comida, o roubo de produtos de higiene, medicamentos ou itens básicos também são enquadrados como “famélicos”.
O Direito Penal compreende, pelo chamado Princípio da Insignificância, que furtos famélicos não são suficientemente graves para a sociedade, a ponto de punir quem o comete. Assim, o roubo pela fome deixa de ser passível de punição e se torna um problema social.
A Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) registrou, entre os anos de 2017 a 2021, um aumento de cerca de 10% dos furtos famélicos em todo o estado. Pessoas que cometem o delito, e são assistidas pelo órgão na Justiça, costumam ser encaminhas para o programa “Corra Pro Abraço”, que atua para devolver a dignidade às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
As graves taxas de extrema pobreza em todo o país colaboram para o aumento dos furtos famélicos, não só na Bahia. Em 2019, um estudo da Universidade de São Paulo identificou que a taxa de extrema pobreza no país era de 6,6%, cerca de 14 milhões de pessoas.
As informações são do G1 e da Rede Bahia.
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