Morador que comeu carne de baleia ganhou R$ 300 com vendas: ‘Não enganei ninguém’

Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Os moradores que tiraram a carne da baleia jubarte adulta, morta na última sexta-feira (30), após encalhar na praia de Coutos, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, resolveram vender ou jogar fora o material após descobrirem que corriam risco de sofrer uma infecção alimentar em caso de consumo. Os alertas de especialistas sobre a ameaça à saúde e até de um possível crime ambiental assustaram a maioria das pessoas, mas em alguns casos a informação já chegou tarde.

O caso que mais chamou a atenção foi o do auxiliar de pedreiro Jorge Silva, 28 anos, que contou ter armazenado carne suficiente para comer durante cerca de dois meses, junto com a família.

Na porta de sua casa, e ao lado de dois de seus três filhos, Jorge conversou novamente com o CORREIO nesta terça-feira (3). Ele revelou que se livrou de todo o material que tinha conseguido retirar por medo de intoxicação alimentar. No entanto, afirmou que não sentiu nenhuma diferença em seu estado de saúde desde o primeiro dia que consumiu a iguaria. Aliás, desde que fez um churrasco com carne de jubarte.

“Desde domingo que eu como e não senti nada até agora. Mas, depois de toda a repercussão, as pessoas me mandando prints da reportagem falando que seria crime, que tinha risco à saúde, eu resolvi vender tudo o que sobrou. Não enganei ninguém, vendi para as pessoas avisando que se tratava de carne de baleia mesmo”, explicou.

Ao todo, Jorge conseguiu arrecadar cerca de R$ 300 que, segundo ele, serão utilizados para pagar o carreto e o primeiro aluguel da nova casa onde ele e a família pretendem morar. Cada quilo da carne exótica saiu por R$ 10.

Veja a gravação feita no domingo. [youtube https://www.youtube.com/watch?v=ZJ_CgmbZ0ts]

Crime ambiental
Embora já saiba que a prática de consumir a carne de baleia é considerada crime ambiental, por se tratar de um animal protegido pela Lei 7.643, de 18 de dezembro de 1987, que em seu Art. 1º, prevê a proibição da pesca ou qualquer forma de molestamento intencional de toda espécie de cetáceo [animais de vida aquática e mamíferos das águas jurisdicionais brasileiras], Jorge garantiu que queria apenas levar o que comer para dentro de casa.

“Sou pai de família e estou desempregado. Apenas a minha esposa está trabalhando hoje como manicure. Quando eu vi a oportunidade de pegar uma carne e economizar o pouco que ganhamos para outra coisa, não pensei duas vezes”, contou.

Quem também resolveu se desfazer da carne da baleia quando ficou sabendo do zum zum zum foi a catadora de marisco Jussara Moura, 47, que tinha guardado em casa, dentro de um balde, cerca de 8 kg da carne do animal.

*Correio


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