‘Se ele não lutasse, ia ser mais gente morta’, diz mulher de vítima

Entre o requinte de crueldade, um ato heroico. Durante a chacina que teve como vítimas quatro motoristas de aplicativo, todos torturados e mortos a golpes de facão, uma das vítimas lutou com criminosos permitindo que um quinto motorista conseguisse fugir e relatar tamanha crueldade.

“Se ele não lutasse para o outro fugir, ia ser mais gente morta. Meu marido foi um herói. Ele sabia que ia morrer e entrou em luta corporal mandando o outro correr. Então o rapaz pulou o barraco e sobreviveu para contar tudo isso à polícia. Ele disse: ‘O coroa me salvou’. Meu marido era o mais velho entre os mortos”, declarou a enfermeira Paula Bispo da Conceição, esposa de Genivaldo da Silva Filho, 48, uma das quatro vítimas da chacina.

Paula esteve na manhã deste sábado (14) para liberar o corpo de Genivaldo no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLRN). O enterro dele está previsto para às 16h, na cidade de Laje, região do recôncavo do estado, onde nasceu.

Genivaldo era vigilante e trabalhava também como motorista de aplicativo nas horas vagas. “Meu marido trabalhava nisso para complementar a renda. Naquele dia, saiu para trabalhar como todos ali, saiu feliz, mas não deixaram ele voltar por pura crueldade. Aquilo que fizeram com eles foi muita crueldade para o ser humano. Peço justiça. É uma dor muito grande”, desabafou Paula, amparada por amigos e parentes.

O casal era casado há 23 anos e teve um filho. O rapaz disse apenas que o pai saiu de casa para trabalhar às 5h10 de quarta-feira (11). O irmão de Genivaldo, Jonas da Silva, disse ao CORREIO que às 4h56 recebeu uma mensagem da vítima.”Ele enviou um áudio dizendo que ia sair para trabalhar rodando de aplicativo e que Deus estava com ele”, finalizou.

Fonte: Correio



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