Breve no Cine Itaguari: Vera Farmiga fala sobre história real da investigadora de Invocação do Mal 2

Atriz interpreta a médium Lorraine Warren, que virou sua amiga.

formiga

Vestida como Lorraine Warren nos anos 1970, Vera Farmiga sai da casa usada como locação para o filme Invocação do Mal 2 com a mesma pose que a investigadora paranormal que interpreta no filme de terror: serena, refinada e com olhar doce. A entrevista aconteceria no jardim do local e a atriz chegou brincando que o casaco do figurino que usava naquele dia vinha direto dos anos 70, por isso tinha um cheiro “antigo”.

Conforme apresenta o R7, ela foi até Los Angeles, nos EUA, para acompanhar as gravações e entrevistar a equipe da continuação do terror que foi aclamado pela crítica e público em 2013. O Portal foi o único veículo de mídia da América Latina a visitar o set.

A reportagem pode assistir à gravação de três cenas: uma com Vera e o ator Steve Coulter, o Padre Gordon, conversando em um jardim, outra de Vera sozinha andando no escuro e uma terceira do ator Patrick Wilson, em um tanque de água.

Vera usava o figurino da segunda cena, na qual anda sozinha, no escuro, pela famosa casa de Amityville. Lorraine tem visões do que aconteceu no local, onde o jovem Ronnie Defeo assassinou brutalmente seus pais e quatro irmãos enquanto eles dormiam. Na cena em questão, Lorraine parece assumir o lugar de Ronnie e enxergar por seus olhos o que ele fez. O momento é arrepiante, já que Vera sobe as escadas da casa, uma porta se abre sozinha e lá dentro uma mulher grita: “O que você fez?”. Tudo ganha ares ainda mais bizarros por saber que aquela é uma história real.

Totalmente fora daquele clima assustador, Vera transborda simpatia ao conversar com os jornalistas, no quintal da casa.

— É um prazer, uma alegria [voltar para a sequência]. Eu amo trabalhar com o Patrick [Wilson], amo ser dirigida pelo James [Wan] e eu amo quem eu interpreto. Estou me divertindo muito.

Grande sucesso, o primeiro filme faturou mais de R$ 1 bilhão em bilheteria pelo mundo, tendo custado cerca de R$ 68 milhões, valor singelo para os padrões de Hollywood.

Pergunto o que Vera acha que fez as pessoas se tornarem fãs da franquia e ela elogia a maneira como o tema, que pode ser considerado pesado, é tratado.

— É muito raro explorar um assunto como esse. Misticismo negativo é algo que nós não sabemos muito sobre e nós só podemos levar em consideração a experiência pessoal de alguém. Então quando é abordado de uma maneira autêntica e séria… Acho que há uma seriedade no filme que é muito apreciada. E o talento em todas as áreas é enorme, da direção aos atores, e a intenção de tudo. Nós nos entregamos de corpo e coração.

Para se preparar para o papel, Vera se aproximou bastante da verdadeira Lorraine Warren, hoje prestes a completar 90 anos.

— Eu amo essa mulher. Eu a conheço pessoalmente agora, ela é minha amiga. É uma das pessoas mais altruístas que já conheci. O dom dela é raro, lindo e vindo de Deus. Há algo de divino nela que me tocou. Eu amo a graciosidade dela, o quão alegre ela é, o quanto ela ainda é uma criança por dentro, mesmo depois de anos de luta espiritual, de trevas, negatividade e de confrontar tudo isso. Ela ainda é, com 80 e poucos anos, tão aberta e carinhosa, até inocente, não sei como dizer isso.

Vera pesquisou bastante sobre os temas tratados nos filmes, leu os livros escritos por Ed e Lorraine Warren e passou bastante tempo com a sensitiva. Ed, infelizmente, morreu em 2006. A atriz ressalta o perigo na profissão do casal.

— Ela se coloca em perigo para ajudar os outros. Isso é muito nobre. Ela é poderosa, mas precisa se tornar vulnerável de certa forma e eu amo essa contradição. Ela tem essa força de heroína e poderes, mas fica despedaçada. É um trabalho bastante perigoso emocionalmente, espiritualmente, mentalmente e fisicamente.

Se engana, no entanto, quem pensa que os encontros de Vera e Lorraine tinham como foco os assuntos sobrenaturais retratados nos filmes. Vera preferia extrair da nova amiga o máximo de coisas positivas.

— Quando eu estava com a Lorraine eu quis focar em apenas falar sobre coisas cotidianas: o que a faz feliz, como ela passa seu tempo, o que a diverte. Para ter uma visão sobre ela de verdade, saber mais sobre quem ela se tornou, como essa família a impactou falando em longo prazo. Esse caso é muito bem documentado, então quando eu e a Lorraine estamos juntas falamos de flores, sobre o que ela plantou em seu jardim, nós trocamos receitas, falamos de gatos e da galinha dela [risos].

Invocação do Mal 2 começa com os Warren investigando o caso de Amityville, mas é o caso de Enfield, em Londres, que move a produção. Na história real, uma família formada por mãe e quatro filhos, dois meninos e duas meninas, passa por situações estranhas e a filha mais nova, Janet Hodgson, começa a ter contato com algo sobrenatural, fazendo a voz de um senhor de 72 anos, dormindo em um cômodo da casa e acordando em outro e até mesmo levitando.

Vera revela que não teve tantas experiências estranhas, mas que durante as filmagens do primeiro filme acordou com marcas de garras roxas na perna.

Sabendo bastante sobre os temas paranormais, Vera responde por qual motivo vemos mais meninas e mulheres no centro destes casos sobrenaturais nos filmes.

— Eu só posso responder pela pesquisa que eu fiz. Geralmente acontece quando a pessoa é pré-adolescente. Eu não sei ao certo por qual motivo garotas são mais suscetíveis, não sei se é pelo lado científico ou espiritual. Pode ser algum aspecto do cérebro. Já ouvi histórias igualmente de homens e mulheres, não acredito que exista algum preconceito de gênero nos filmes. O que eu sei é que todas as histórias geralmente têm em comum a idade antes da adolescência como a fase inicial de tudo.

Pergunto sobre a luta das atrizes de Hollywood, e das mulheres em diversas profissões, por igualdade de salários. Vera é direta na resposta.

— Eu acho que já estava mais do que na hora [risos]. Pelo que eu sei, Patrick e eu estamos no mesmo patamar, ganhando o mesmo salário. Eu amo a igualdade deles [Lorraine e Ed] nessa relação. Eles são melhores amigos, é uma parceria e você vê um belo equilíbrio.

Para alguns, Vera se tornou uma espécie de nova musa do terror, já que protagoniza também a série Bates Motel, spin-off de Psicose.

— Não sei se Bates Motel se classifica como terror. Acho que, para mim, é uma comédia de erros [risos]. É mais um thriller que um terror. São eventos horripilantes acontecendo com pessoas reais. É sobre ser humano e imperfeição, não sobre o sobrenatural. Independentemente do gênero, eu sempre me entrego ao máximo, quero ir fundo no que uma pessoa busca, quais são suas fraquezas e de onde tiram forças, o que as impede de seguir em frente.

Vera termina dizendo que os fãs vão gostar de Invocação do Mal 2.

— Há muita pressão por conta do sucesso do primeiro filme, que tocou muita gente. Acho que os fãs vão ficar positivamente surpresos.

Fonte: R7

 



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia