O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que irá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa para tentar anular o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM), que pede a cassação de seu mandato, e que foi aprovado na tarde desta terça-feira (14) pelo Conselho de Ética. O placar foi de 11 votos favoráveis à cassação e nove contrários.
Segundo o peemedebista, o parecer está “cheio de irregularidades” e Marcos Rogério não poderia atuar como relator, uma vez que saiu do PR e se filiou ao DEM, legenda que integra o bloco parlamentar que o elegeu como presidente da Casa.
“O processo foi todo conduzido com parcialidade, com nulidades gritantes, incluindo o próprio relator, que não poderia ter proferido parecer após ter se filiado a partido integrante de bloco do meu partido. Essas nulidades são todas objeto de recurso com efeito suspensivo à CCJ, onde, tenho absoluta confiança, esse parecer não será levado adiante”, afirmou.
Cunha é acusado de quebrar o decoro parlamentar por ter dito à CPI da Petrobras, no ano passado, que não possui contas no exterior. Depois, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de usar contas na Suíça para receber propina de contratos da Petrobras.
O deputado disse ter “absoluta certeza” de que reverterá a decisão do Conselho de Ética e reafirmou ser inocente das acusações, principalmente aquelas de que mentiu aos seus pares. “Repito: sou inocente da acusação, a mim imputada pelo parecer do Conselho de Ética, de mentir a uma CPI”, completou.
(Bahia.Ba)
