Infecções hospitalares ocorrem com mais frequência em UTIs públicas da Bahia

O último Relatório Anual dos Indicadores de Infecção Hospitalar, divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) em 2015, apontou que os hospitais públicos possuem maior incidência de infecções hospitalares (7,5%) do que em hospitais privados (5,8%). A densidade de incidência de casos em hospitais com leitos de UTI foi maior na UTI adulto (19,6%), seguido pela UTI Neonatal (16,3%), UTI Pediátrica (12,2%) e Hospital com UTI (7,2%). Houve, ainda, um aumento de microrganismos multirresistentes nos hospitais do Estado, com mais notificações pelos hospitais privados do que público, mudando o quadro do ano de 2014, onde o hospital público aparecia em primeiro lugar. Os números absolutos de casos não são divulgados pela Sesab, pois a política da secretaria é de que a proporção entre o número de atendidos e de infectados é volátil e epidemiologicamente se trabalha com taxas e não com os números.
De acordo com Fátima Nery, Coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), o grande desafio para controlar os casos está na higienização das mãos dos profissionais. “As mãos trazem o risco de uma transmissão cruzada e está a todo momento em contato com o paciente. Os profissionais de saúde têm que prestar atenção para essa questão e higienizar religiosamente as mãos entre os procedimentos, antes de colocar as luvas e entre pacientes”, relatou. Além da higienização, dentre as formas de prevenção da infecção hospitalar estão as técnicas assépticas para realização de intervenções cirúrgicas; uso de microbianos e drogas imunossupressoras de forma cuidadosa; prescrever e utilizar antibióticos como última escolha, para evitar o surgimento das ‘superbactérias’; dar doses certas em horas exatas; e orientar os profissionais e os acompanhantes para que eles contribuam com a redução da infecção.  A portaria 2.616 / 98 do Ministério da Saúde regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país e, dentre delas, põe como obrigatório a implantação de Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais do Brasil. Dentre as atribuições das CCIH estão elaborar os PCIH, avaliar o risco que o paciente possui de contrair a infecção e realizar vigilância epidemiológica. Além da transmissão cruzada, outros fatores podem contribuir para a contração da infecção, como o tempo de permanência do paciente no hospital, realização de procedimentos invasivos e cirurgias de emergência, que por não serem programadas, acabam trazendo um maior risco. Nery alerta que “em toda infecção tem uma causa diretamente relacionada apenas à hospitalização. Existem fatores de transposição do próprio paciente que pode o predispor a uma infecção. É lógico que ao hospitalizar esses pacientes que já têm uma defesa imunológica reduzida, ele acaba tendo uma predisposição maior”, afirma a coordenadora. Causada por vírus e bactérias, as infecções hospitalares são responsáveis por 100 mil mortes de brasileiros todos os anos, de acordo com dados de 2011 da Associação Nacional de Biossegurança. A Organização Mundial de Saúde afirma que 70% dos casos poderiam ser evitados com medidas simples, como a higienização das mãos.

(Bahia Notícias)



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