Segundo a norma culta da gramatica, herança é o conjunto de bens, direitos e obrigações que uma pessoa deixa aos seus sucessores. Na política, pode-se dizer que a transição seja o inventário da herança que será deixada por prefeitos em fim de mandato aos seus sucessores.
Herança e transição se misturam na novela política que envolve tio e sobrinho, em Cachoeira, Recôncavo Baiano.
Fernando Antonio da Silva Pereira, o Tato (PSDB), volta para assumir a prefeitura da cidade heroica em 2017, após quatro anos assistindo a administração do seu sobrinho, Carlos Menezes Pereira (PP), o qual apoiou para sua sucessão, ao término de uma gestão de 8 anos.
Porém, a relação de tio e sobrinho começou a se estremecer logo no início da administração de Carlos Pereira. Segundo informações, Carlos adotou medidas e ações independente das sugestões de Tatto que, por sua vez, reclamou por ser deixado de lado e foi se distanciando da prefeitura enquanto as críticas inundavam a atual administração.
Timidamente, Carlos apoiou o tio quando ele saiu candidato a deputado nas eleições de 2014 e, nas eleições de outubro, com um alto índice de rejeição, recuou a candidatura de reeleição e se dedicou a terminar obras e ações iniciadas por ele.
Em entrevista a rádio web Olha a Pititinga nessa quinta-feira, 22, Tato falou sobre medidas de economia e afirmou que será baixado um decreto cancelando tudo o que existe na prefeitura, “inclusive atos ilegais.” Tudo isso porque, segundo ele, a transição não está acontecendo.
Para quem não sabe, os órgãos municipais são recomendados a apresentarem relatórios aos representantes dos candidatos eleitos com resumos das decisões tomadas que terão repercussão no futuro da administração local. Outra demanda importante no processo de transição municipal é o compartilhamento de informações entre os gestores sobre os programas federais em andamento.
Além das alfinetadas no sobrinho, Tato garantiu que irá tirar a saúde financeira da prefeitura de Cachoeira da UTI. Enquanto, nos bastidores, pessoas próximas afirmam que Carlos não pretende mais se envolver nos assuntos políticos da cidade.