Tite evita polêmicas após a vitória da seleção, mas diz: “Não sou hipócrita e não sou alienado”

Após vitória da seleção brasileira sobre o Paraguai por 2 x 0, o técnico Tite se esquivou de temas polêmicos, durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (08), como o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF e o descontentamento dos jogadores em relação à Copa América.

De acordo com o G1, ao ser questionou se cogitou deixar o comando da seleção por conta da turbulência dos últimos dias, o treinador afirmou não ser hipócrita ou alienado.

“Pensei no trabalho, nas exigências que teria, cada dia, cada momento, quem escalar certo. Consultamos, trabalhamos. Quero fazer um agradecimento especial ao Thomás (Koerich) e ao Bruno (Baquete, ambos analistas de desempenho). Eles passaram dois dias sem almoçar direito, em função de todo o trabalho realizado. “Eu quero aquela imagem, eu quero aquela situação, porque o atleta não pode fazer isso, eu quero cobrar ele, mas também mostrar ali…” Essa construção, que por vezes no bastidor, e, não por nada, mas que a mídia não tem acesso, o quanto é importante na construção do trabalho. Essa é a situação que eu pensei. Peguei minha energia toda e fiquei voltado para isso”,  declarou Tite, antes de completar: Não sou hipócrita, não sou alienado e sei que as coisas acontecem. Mas sei dar prioridade. Prioridade é meu trabalho e a dignidade do meu trabalho.

Para Tite, o afastamento de Rogério Caboclo não influenciou nenhuma das decisões tomadas por ele e pelos jogadores nos últimos dias.

Tite foi questionado se aceitaria trabalhar com Rogério Caboclo caso ele voltasse à presidência da CBF após o afastamento de 30 dias e se esquivou:

“Se eu não tivesse parado de jogar aos 27 anos, eu não seria técnico. Não dá para responder no “se”.

Boa parte da entrevista coletiva foi tomada por perguntas relacionadas a temas fora de campo. Em determinado momento, Tite disse que gostaria de curtir a boa fase da Seleção nas Eliminatórias. O Brasil tem 100% de aproveitamento após seis partidas.

“A gente quer comemorar um pouquinho os números altíssimos que conseguimos, as seis vitórias, número alcançado em 1969, que podemos ultrapassar em setembro. Em 18 jogos de Eliminatórias, foram 16 vitórias e dois empates (com Tite). Tomamos cinco gols. É a equipe mais efetiva ofensivamente, defensivamente. Mudando nos últimos jogos, uma série de mudanças. A gente quer comemorar um pouquinho isso”, disse o auxiliar Cléber Xavier, que acompanhou o treinador na entrevista coletiva.

O treinador também falou sobre o tamanho da vitória brasileira no Paraguai, algo que não acontecia há 35 anos.

“Estava conversando com o (Eduardo) Berizzo antes e depois do jogo, do grau de dificuldade histórico, pela competitividade nos enfrentamentos que a gente tem. Foi assim na Copa América, onde empatamos em casa. O fato de ter saído na frente nos deu condição de administrar, do jogo sair de uma forma mais fluente. As coisas foram acontecendo com mais naturalidade, a pressão foi para o lado paraguaio. Conseguimos fazer um jogo num parâmetro bom, por isso a vitória veio”, opinou.

Com Tite, a Seleção nunca perdeu nas Eliminatórias. Em 18 jogos, foram 16 vitórias e dois empates. Na atual edição, o Brasil chegou a seis vitórias consecutivas, repetindo a marca da equipe comandada por João Saldanha, que garantiu vaga na Copa do Mundo de 1970.

“É muito difícil mensurar agora. são etapas que a equipe vai construindo. Estou olhando Clodoaldo. Ele fez uma observação da copa de 70, que a seleção foi se construindo. E caracteristicamente as seleções são assim, porque a gente não tem muito tempo de estar junto, de ajustar. E mesmo dentro do próprio jogo a gente procurar alternativas. Hoje, por exemplo, iniciamos com três jogadores diferentes do outro jogo. E mais as substituições que nos proporcionaram. Essa competitividade, esse nível que os atletas individualmente vão trazendo de seus clubes pode proporcionar a seleção esse crescimento”, destacou Tite.

Um repórter indagou ao técnico qual seria o limite dele no cargo e a resposta foi:

“Meu limite é da serenidade, da paz. Agradecer a todos do estafe, comissão técnica, grande trabalho que conseguimos realizar. De estar em paz comigo mesmo, respeitar todos. De ter o mesmo cuidado…. O Marquinhos foi muito feliz. Não colocando, e essa, sim, eu repudio, não colocando palavras na boca das outras pessoas, sem ter o devido conhecimento. informação verdadeira é uma grande prevenção para a gente saber como são as coisas, mas precisa-se verdadeiramente saber da situação de cada um. Temos posições, nós somos, mas temos, agora temos, sim, a grandeza. E talvez o momento particular seja de externar, mas agora não. Agora tem uma seleção, um trabalho, um grupo todo muito importante”.

O coordenador da Seleção, Juninho Paulista, também esteve ao lado do treinador na entrevista e pediu a palavra ao final:

“Tivemos semanas desgastantes. Quero parabenizar Tite, a comissão. O trabalho não foi fácil, mas foi de excelência. Estamos felizes de conquistar, de fazer história, de participar, comandar um grupo de de profissionais tão competentes. Dizer isso é importante. Até em nome da entidade, a satisfação em tê-los, a satisfação com o trabalho é grande. O foco principal sempre foi a Copa do Mundo e as Eliminatórias já são Copa do Mundo. Estou aqui para reiterar o manifesto dos atletas. É um manifesto que nos representa. São jogadores, comissão e a delegação de todos os profissionais que trabalham com maior afinco para que a CBF possa dar as melhores condições de trabalho para todos vocês”,  afirmou o cartola.

Nesta quarta-feira, Tite divulgará a lista de convocados para a Copa América. A tendência é que ele faça poucas ou até nenhuma mudança em relação aos jogadores chamados para estas duas rodadas das Eliminatórias. A estreia do Brasil no torneio é domingo, contra a Venezuela, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

*G1



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