Atakarejo pagará R$ 20 milhões por mortes de dois jovens negros na Bahia e racismo estrutural

Tio e sobrinho foram mortos após terem furtado carne em supermercado – Imagem: Divulgação

A rede de supermercados Atakarejo foi condenada a pagar R$ 20 milhões em danos morais coletivos devido ao assassinato de dois jovens negros que furtaram carne em uma das unidades do atacado em 2021. O acordo foi fechado com a Defensoria Pública da União (DPU) e outras entidades da Bahia.

O valor será pago ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) em 36 parcelas fixas a partir de outubro. O acordo foi homologado nesta terça-feira (19).

Bruno Oliveira da Silva, de 21 anos, e Yan Matheus de Jesus Santos, de 19 anos, foram mortos por seguranças do Atakarejo após serem flagrados furtando carne em uma unidade da rede em Salvador, em 2021. O caso gerou comoção nacional e foi considerado um crime de racismo estrutural.

O Funtrad é um braço da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) da Bahia e foi criado há 12 anos para captar recursos que são investidos em ações para melhoria de condições de trabalho.

Grande parte dos recursos adquiridos pelo Funtrad vai para a formação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade financeira e social. Entre as ações executadas pelo fundo estão: a criação de projeto para erradicação do trabalho infantil e o financiamento de cursos para qualificação profissional de jovens da periferia de Salvador.

No caso da indenização relativa às mortes de Bruno e Yan, os R$ 20 milhões custearão, preferencialmente, iniciativas relacionadas ao combate do racismo estrutural, de acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).



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