Vice de Cabrália assume prefeitura após gestor ser afastado por fraude

Foto: Divulgação

Carlos de Jesus Vieira, o Carlos Lero (PSC), vice-prefeito de Santa Cruz Cabrália, no Extremo Sul da Bahia, assumiu nesta quarta-feira (8) a prefeitura por decisão do Tribunal Federal da 1ª Região, em Brasília, que afastou do cargo o prefeito Agnelo Santos (PSD).

A saída de Agnelo ocorre, segundo a Polícia Federal, pelo envolvimento dele em uma quadrilha de criminosos que fraudou 33 licitações cujos contratos somam quase R$ 200 milhões.

A suposta fraude ocorre, desde 2009, em Santa Cruz Cabrália, além de Porto Seguro e Eunápolis, onde os prefeitos Cláudia Oliveira e José Robério Batista de Oliveira, ambos casados e do PSD, também foram afastados. Eles se apresentaram à PF nesta quarta-feira (8).

 Uma decisão judicial motivou a Operação Fraternos, deflagrada nesta terça (7), com o objetivo de desmantelar a quadrilha.

Os três prefeitos afastados são parentes: além do casal, Agnelo é irmão de Cláudia.

Em Cabrália, a posse de Carlos Lero, candidato derrotado a vice-prefeito em 2012 e a vereador em 2004, ocorreu de forma tímida na Câmara de Vereadores. A posse foi dada pelo presidente da Câmara, Romali Rodrigues da Silva Pairana (PSD).

Sem relações
Agnelo não compareceu à posse porque, conforme a decisão da juíza federal Maria Castro Debelli, do Tribunal Federal da 1ª Região, os gestores afastados estão proibidos de ter relações próximas com funcionários da prefeitura e secretários.

A reportagem não conseguiu contato com Carlos Lero. Nesta quarta, o prefeito afastado Agnelo divulgou uma nota à imprensa afirmando que não vê “sentido na decisão proferida” contra ele.

“Confesso a todos que foi com muita surpresa que recebi este episódio. Tenho a consciência tranquila quanto às acusações que me estão sendo feitas e não vejo qualquer sentido na decisão que me afasta do mandato”, disse ele.

Para Agnelo, o afastamento “foi um equívoco, pois no período dos fatos imputados não era prefeito e sim empresário”. “Estão me acusando de ser dono de uma empresa que nunca me pertenceu, mas tenho a certeza que tudo será esclarecido”, declarou.

Agnelo estava em seu primeiro mandato de governo, sendo também a primeira vez que assume como gestor público. Em 2012, tentou ser candidato a vice na chapa do ex-prefeito Jorge Pontes, do PT, mas a Justiça Eleitoral barrou e ele renunciou.

Na Operação Fraternos, Agnelo foi alvo de um mandado de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a depor na delegacia. Não encontrado pela PF, no início da operação, logo pela manhã, ele compareceu à delegacia à tarde, e depois foi liberado.

*Correio



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