Vinte dias depois de entregar um navio à Marinha em Salvador, a presidente Dilma Rousseff (PT) desembarca novamente na capital baiana, hoje, para entregar, às 11h, 2.800 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro do Cassange. É a terceira vez que a dirigente nacional cumpre agenda na Bahia em menos de 40 dias. Em 18 de março, Dilma esteve em Feira de Santana, onde entregou 1.116 casas ao lado do governador Rui Costa (PT) e do ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner.
O estado da Bahia é uma das federações privilegiadas pela gestão petista, uma vez que garantiu a Dilma sua maior vantagem em votos totais sobre Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial de 2014. Aqui, a petista teve quase 3 milhões de votos a mais do que o tucano e alcançou 5.059.228, contra 2.151.922 do senador mineiro.
Para o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, as constantes visitas da chefe do Executivo nacional ao estado não tem relação com a importância que o eleitorado baiano teve em 2014. “São obras que estão sendo realizadas no estado, foi um navio entregue à Marinha, agora 2.800 casas. Mas é óbvio que é um ambiente em que ela se sente bem e a gente também. É claro que há um empoderamento do ponto de vista da relação política, mas é uma agenda dela para a Bahia”, frisou Anunciação em conversa com a Tribuna. O dirigente partidário contou ainda que há, no sul baiano, uma espécie de ciúme por conta das constantes visitas da presidente no eixo Feira-Salvador. “Tem o pessoal no sul da Bahia querendo a presença dela lá”, frisou Anunciação.
A ausência de Dilma no sul baiano pode estar atrelada ainda às eleições de 2014. Aécio esteve na cidade de Itabuna durante sua campanha e nas urnas foi o mais votado nas cidades do sul e sudoeste do estado: Buerarema, Eunápolis, Itapetinga e Vitória da Conquista.
As duas outras visitas que a presidente fez à Bahia foram marcadas por manifestações da militância petista, movimentos sociais e trabalhistas em apoio à dirigente nacional, que enfrenta no Congresso Nacional um processo de impeachment pelo crime de responsabilidade fiscal. Para hoje, um grupo de mulheres promete fazer um “abraçaço” em Dilma, um ato inspirado em uma manifestação ocorrida em frente ao Palácio do Planalto há uma semana. O gesto está previsto para ocorrer a partir das 10h, na Fazenda Cassange, na Estrada CIA/Aeroporto.
