Adolescentes com doenças graves ganham festa de debutante

Elas deixaram do lado de fora as dificuldades que enfrentam no dia a dia para brilhar como debutantes em uma grande festa, que reuniu 15 adolescentes na noite de ontem. Kleisiane Lima de Jesus comparava a felicidade do momento com a que sente quando passeia na garupa de uma moto. “O vento no rosto dá uma adrenalina boa. Aqui também estou muito realizada”, contou a jovem de Terra Nova (a cerca de 80km de Salvador), que superou um câncer diagnosticado aos 13 anos.

“Me sinto bem mais forte. O dia da cirurgia em que amputei a perna mudou minha vida. Hoje saio mais de casa, curto com meus amigos,  sou bem mais para frente, confiante”, disse Ane, como gosta de ser chamada. Ela foi uma das escolhidas para participar da quinta edição do projeto Sonho de Menina, que reuniu garotas em situação de vulnerabilidade social e  atendidas por instituições como Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gaac), Aristides Maltez, Santa Casa da Bahia, Obras Sociais Irmã Dulce, Martagão Gesteira e Lar Vida.

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Cheio de pompas, o baile de debutantes foi realizado no Cerimonial Rainha Leonor, em Nazaré, com a presença de familiares e amigos das garotas. “O momento é de grande ansiedade por tudo o que ela passou. A vontade de viver dela foi o que deu força a toda família”, disse Ana Claudia Lima, mãe de Ane. A alagoana Sainara Santos, paciente do Aristides Maltez, era de longe a mais animada com o dia de princesa que teve e a festa que estava por vir.

Ao som da cantora Anitta, saiu da Limousine cantando e lançando a hashtag da festa: #Vida100%. “Porque tenho que estar sempre pra cima, elevadíssima”. Portadora de deficiência visual, ela usou o tato para escolher o vestido branco bordado. “E a saia rodada também contou. Afinal, eu quero mesmo é dançar muito”, disse antes de fazer o Moonwalk, passo típico de Michael Jackson, e cantarolar em inglês impecável os versos da canção pop.

“Aprendi com um DVD”. Os preparativos para a grande noite, que teve apresentação da banda Guig Guetto e do grupo Duas Medidas,  cujos integrantes foram cadetes das debutantes, começaram há quatro meses, na busca por parceiros para a realização da festa.  “Isso só é possível porque muita gente participa. É tudo doação, seja do ato, seja do produto. São mais de 50 parceiros este ano”, afirmou a idealizadora do projeto, Rita Torquato.

*Correio



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