Bahia lidera geração de empregos no Nordeste em março; veja setores que estão contratando em meio à pandemia

Edson Santana conseguiu emprego como carpinteiro — Foto: Reprodução TV Bahia

A Bahia foi o estado da região Nordeste que mais gerou empregos em março de 2021. Ao todo, foram 9.820 postos com carteira assinada, segundo dados do Ministério da Economia, sistematizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). As informações são do Blog do Emprego do G1.

A área da Administração Pública lidera o ranking das contratações no estado, com 4.273 postos de trabalho. O setor foi impulsionado por empregos gerados na área da saúde, em função da pandemia.

Outros setores que tiveram destaque foram Indústria em geral (2.719 postos), Informação, Comunicação e outras atividades (1.536 postos), além da Construção Civil (1.478 postos).

Muita gente não só conseguiu uma colocação no mercado de trabalho, mudou de emprego, mas também ingressou em áreas profissionais que nunca tinha atuado.

Foi o que aconteceu com Edson Santana, que passou sete meses procurando por uma oportunidade e acabou conseguindo, como carpinteiro. Ele celebra a nova atividade e ressalta a necessidade de se manter trabalhando para sustentar a família.

“É muito importante, porque eu levo recurso pra dentro de casa, alimentação da família. É importante não só pra mim, é pro ciclo todo”, comenta.

Também foi o que aconteceu com Karine dos Santos, que é facilitadora de processos logísticos. Ela não acreditava que pudesse conseguir uma oportunidade em meio à pandemia, mas conquistou uma vaga em um centro de distribuição de uma empresa de comércio eletrônico em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

Com o emprego em uma área inédita para ela, veio também um novo incentivo. “Quando eu entrei aqui, me apaixonei pela operação. Me apaixonei pela logística, consegui voltar a estudar. Hoje em dia eu faço faculdade EAD e pra mim está sendo espetacular”, relata.

O comércio eletrônico foi um dos que mais cresceram na pandemia. Só a empresa onde Karine trabalha movimenta mais de um milhão e meio de entregas por dia. E a tendência é de mais crescimento.

No local, foram 345 pessoas contratadas desde a inauguração, em setembro do ano passado. De acordo com Luiz Vergueiro, diretor de operações, a previsão é chegar a 800 até o final desse ano.

Ele explica o que as empresas procuram nos novos funcionários. “Tem que ser o perfil daquela pessoa que está conectada, está digitalizada, que usa o telefone celular, que sabe usar aplicativo”, ressalta.

“A gente vem ampliando a cobertura de atendimento em Lauro de Freitas para atendimento do Nordeste. O volume de produtos vem crescendo e, lógico, a necessidade de pessoas trabalhando na operação também”
Imóveis
Outros setores que também estão contratando durante a pandemia são aqueles ligados à área de Arquitetura e Decoração.

Com as medidas de isolamento social, muitas pessoas passaram a dar mais atenção e investir nas próprias moradias. A empresária Christianne Peleteiro explica que a demanda também cresceu por causa do ‘home office’.

“Aquelas coisas meio ‘armengadas’ que você tinha dentro de casa, elas viraram um grande incômodo”, resume.
Christianne contratou 23 pessoas, desde o começo da pandemia. Gabriele Ayres foi uma delas. Ela voltou ao mercado como consultora de vendas e está trabalhando de casa.
“O consultor de vendas lida com o cliente diariamente, então, como seria o Home Office, né, pra um consultor de vendas? Foi desafiador, mas graças a Deus tem dado certo”, conta.
Teve escritório de arquitetura, em Salvador, que se transformou durante a pandemia. Foi o que aconteceu com a empresária e arquiteta Luciana Paraíso.

“Em março de 2020, éramos 3 pessoas e 1 escritório. Agora somos 8 e 2 escritórios: um em Salvador e um em São Paulo”, celebra a profissional.
E tem também quem chegou como estagiária e virou sócia. Foi o caso de Luisa Pernet, empresária e arquiteta. “Eu não imaginei que, em uma pandemia, todo mundo meio que contendo tudo, a gente ia conseguir essa expansão.”

Para os especialistas, para que a geração de empregos gere um impacto real na economia como um todo, é preciso criar saldos positivos em outros ramos de atividade.

“A demanda por trabalho é muito maior do que esses 10 mil postos, que é um número que chama a atenção, um número interessante, mas que ainda precisa de muitos saldos positivos, saldos muito maiores pra gente poder incorporar essa massa de trabalhadores”, explica Guillermo Etkin, coordenador de pesquisas sociais da SEI.

Fonte: G1



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