Em delação premiada, ex-vice da Caixa admite ter recebido propina de dez empresas

Em sua delação premiada, o ex-vice presidente de fundos de governo e loterias da Caixa, Fábio Cleto, relatou ter recebido um total de R$ 7,3 milhões em propina de dez empresas em troca de liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para as ditas empresas.

Cleto narrou que teria direito a 8% da propina acordada, e que repassava metade a um sócio.

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Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara dos Deputados, era, segundo Cleto, destinatário de 80% do repasse. Assim, cunha ficaria com pelo menos 90 milhões do esquema.

Com base na delação de Cleto, o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro foi preso na última sexta-feira (1º), na Operação Sépsis. Ele, além de vice da Caixa, integrava o conselho do fundo de investimentos do FGTS, atuando na liberação de recursos para empresas.

Cleto chegou a relatar ter recebido U$ 2,1 mil~hoes por meio de transferências a suas contas na Suiça e R$ 520 mil em dinheiro em espécie, sempre através de cobrança que Cunha faria a empresas interessadas em recursos da Caiza.

As empresas que juntas captaram mais de R$ 6,5 bilhões do FGTS listadas por Cleto são as seguintes: Porto Maravilha (consórcio formado por Carioca Engenharia, OAS e Odebrecht), Haztec, Aquapolo (formada por Odebrecht e Sabesp), OAS, BR Vias (de Henrique Constantino, dono da Gol), Saneatins (controlada pela Odebrecht Ambiental), LLX (de Eike Batista), Eldorado Celulose (parte do grupo da JBS), Brado Logísticas (tem como acionistas os grupos ALL, BRZ, Deminvest e Dimitrios Markakis) e “Linhas Amarelas do Metrô”, do Rio de Janeiro.

Cleto chegou a afirmar aos investigadores que Cunha controlava a contabilidade da corrupção. “Depois de aprovada uma operação, em que fora solicitado apoio ao depoente, Eduardo Cunha avisava se havia o pagamento de propina e, em caso positivo, quanto havia sido cobrado da empresa”,disse Cleto em depoimento que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso.

Defesa

Com exceção da Carioca, as empresas negaram participação no esquema. Eduardo Cunha, por sua vez, afirmou em nota que não recebeu vantagem indevida. A defesa de Funaro disse que ele vai provar a inocência. O advogado de Cleto não quis comentar o assunto.

Cunha repetiu nota em que afirma não ter recebido vantagem indevida. A defesa de Funaro disse que ele é inocente e que vai provar isso. O advogado de Cleto, Adriano Salles, não quis comentar.

*Varela notícias



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