Médicos retiram bala alojada no pulmão de menino atingido por policial do DF, diz mãe

luisguilherme

A cirurgia para retirar uma bala alojada no pulmão de um garoto de 6 anos do Distrito Federal – disparada por um policial civil há um mês, em uma rodovia do Entorno – foi concluída com sucesso na tarde desta segunda-feira (6). Segundo a mãe de Luis Guilherme, Paula Caxias, a bala foi retirada sem maiores danos à criança.

“Ele ainda está lá no centro cirúrgico, vai voltar pro quarto de UTI até o fim da tarde, mas os médicos vieram aqui me dizer que deu tudo certo. Foi mais rápido do que eles esperavam”, afirmou a mãe, por volta das 16h50.

A bala estava alojada em uma pequena cavidade no pulmão, próxima ao coração. Por causa do alto risco da cirurgia, os médicos chegaram a dar alta para Luis Guilherme no fim de janeiro, após 23 dias de internação. No dia seguinte, o garoto precisou voltar ao hospital.

“A felicidade não durou nem 24 horas”, disse a mãe, naquele momento. Quando percebeu o abatimento da criança, ela ligou para as médicas que o acompanham. “Elas mandaram ele voltar imediatamente”, afirmou.

No dia seguinte ao disparo, a criança já tinha passado por uma cirurgia no tórax. Naquele momento, os médicos responsáveis optaram por deixar a bala no local e acompanhar a evolução do quadro. .

Policial preso

O menino foi baleado no dia 6 de janeiro pelo policial civil do DF Sílvio Moreira Rosa, de 54 anos. Ele dirigia pela rodovia que liga Brasília a Águas Lindas de Goiás e, no trânsito, executou uma série de disparos contra o carro do pai de Luiz Guilherme. Sílvio está preso em Goiânia.

O juiz responsável pelo caso negou um pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado do policial e aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás, feita em 17 de janeiro, por tentativa de homicídio duplamente qualificada. Segundo o promotor de Justiça Eliseu Antônio da Silva Belo, ele tentou matar por motivo fútil e impossibilitou a defesa do casal e da criança.

À polícia, o agente disse ter suspeitado de que o pai da criança era um criminoso e afirmou não ter visto que o menino estava sentado no banco de trás do veículo. A foto de Luis Guilherme estampa o vidro traseiro do carro. Para a mãe da criança, o policial civil tentou provocar um acidente antes de atirar.

O policial civil era agente penitenciário no Centro de Progressão Penitenciária do DF – ele é ligado à corporação porque, na época em que foi admitido, não existia a carreira de agente penitenciário. O homem já havia sido demitido da polícia em 2001 por tentar fraudar a própria aposentadoria ao simular um acidente. Mas conseguiu voltar ao trabalho 13 anos depois após uma decisão administrativa.

No último dia de governo de Agnelo Queiroz, Sílvio foi reintegrado no cargo de agente penitenciário e teve todos os direitos restabelecidos. Antes disso, em outubro de 2014, o policial foi nomeado para o GDF para o cargo de assessor do núcleo de acompanhamento dos projetos de deputados.

*G1



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