Funcionários de banco e doleiro são alvos de mandados de prisão em nova fase da Lava-Jato no Rio

Agentes da Polícia Federal saíram às ruas, na manhã desta terça-feira, para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão em nova fase da Operação Lava-Jato no Rio. Conforme antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim , os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Titular da da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Bretas determinou a prisão de três pessoas, ainda não identificadas, e buscas a documentos de vários outros suspeitos de lavagem de dinheiro. A ação mira um doleiro e dois funcionários do banco Bradesco, um deles já identificado Tânia Maria Aragão de Souza.

A operação tem como alvo suspeitos de integrarem grupo de doleiros presos na operação Câmbio, Desligo. A rede criminosa lançou um desafio à força-tarefa fluminense: sumiram de cena e provocaram até crise diplomática. Só no Rio há 12 investigados foragidos .

Etapa da Lava-Jato que investigou uma rede de doleiros que lavavam dinheiro para o esquema de Sérgio Cabral , a operação Câmbio, Desligo teve seus últimos desdobramentos em dezembro do ano passado. Na ocasião, a Interpol prendeu o doleiro Bruno Farina no Paraguai após cercar a casa dele na área residencial de luxo de Hernandarias. Ao lado de Dario Messer, ainda foragido e apontado como o “doleiro dos doleiros” , Farina já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) acusado de formar uma organização criminosa que promoveu a evasão de divisas e lavagem de dinheiro desde a década de 1990. Os doleiros são suspeitos de movimentarem US$ 1,6 bilhão em 52 países. Farina é apontado como sendo um dos sócios de Messer.

Messer está fechando sua delação premiada com o MPF, informou Lauro Jardim. Sua mulher, Rosane, e os filhos Dan, Denise e Deborah e até um genro já estão com suas delações assinadas e homologadas pela Justiça. No acordo negociado para o doleiro, R$ 240 milhões terão de ser pagos. Estima-se que Dario Messer tenha aberto três mil offshores em 52 países, com mais de 400 clientes entre políticos, esportistas e empresários.

Para driblar a fiscalização dos órgãos de controle financeiro, as organizações criminosas passaram a desenvolver sofisticados esquemas de movimentação de recursos, no Brasil e no exterior. O sistema de compensação permite aos grupos praticar crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira, por exemplo, por meio de uma rede de doleiros.

Por meio dessas operações, detalhadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a organização criminosa consegue “gerar” reais em espécie no Brasil sem sacar o valor de bancos e também consegue alimentar contas no exterior sem um contrato de câmbio registrado no Banco Central. O dinheiro vivo é um dos meios mais usados nas transações, por encobrir rastros e vinculações entre corruptor e corrupto.

*OGlobo



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