Cotado para cargo no Ministério da Saúde diz que estados inflam dados da covid para elevar orçamento; secretários de Saúde chamam fala de ‘leviana’

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou neste sábado (6) uma nota em que chama de “levianas” as declarações de Carlos Wizard, cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, para quem o número de mortos por covid-19 no país foi inflado por gestores estaduais e municipais com objetivo de receber mais recursos do governo.

A declaração de Wizard foi publicada pela coluna da jornalista Bela Megale, de “O Globo”. De acordo com o texto, Wizard disse que “tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid.”

O texto da coluna diz também que Wizard, que ainda não assumiu formalmente o cargo no Ministério da Saúde, afirmou que o número de mortos é “fantasioso ou manipulado” e que fará uma recontagem por acreditar que a quantidade é inflada.

A nota divulgada neste sábado, assinada pelo presidente da Conass e secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, afirma que Wizard mostra “profunda ignorância sobre o tema” e “insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias”.

“A tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela covid-19, não prosperará”, diz o documento.

“Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”, continua a nota.

Wizard é empresário e atualmente preside o grupo Sforza, um conglomerado que tem mais de 20 empresas, entre elas Mundo Verde, Pizza Hut, KFC, Taco Bell e Wise Up. O bilionário aparece na edição de 2018 da lista da revista “Forbes” com uma fortuna de R$ 2,4 bilhões.

Em 1987, ele fundou a escola de idiomas Wizard, que fazia parte do grupo Multi Educação, vendido em 2013 à britânica Pearson por R$ 2 bilhões, na maior aquisição em educação já feita no país até então.

Fonte: G1



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