Falsos médicos que usavam diplomas fraudados da Uneb foram contratados pelo Mais Médicos

A Operação Catarse, realizada pela Polícia Federal (PF), revelou que um grupo de falsos médicos desembolsou aproximadamente R$ 400 mil para obter diplomas fraudulentos, sendo que muitos deles tiveram vínculo com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Além disso, descobriu-se que esses indivíduos integraram o Programa Mais Médicos do governo federal.

Durante a operação, a PF constatou que a quadrilha obteve pelo menos 65 registros junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) utilizando documentos falsos. Três homens apontados como membros do esquema foram presos, enquanto uma mulher, supostamente a líder da quadrilha, está foragida. Para enganar o Cremerj, os criminosos produziriam diplomas falsos com papel de alta qualidade e reproduziriam os logotipos de instituições de ensino do país. De acordo com a Polícia Federal, a maioria das comprovações de formação acadêmica apresentou-se falsamente na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). A quadrilha cobrava valores que variavam entre R$ 45 mil e R$ 400 mil para obter o registro junto ao Cremerj, e até históricos escolares e monografias podiam ser falsificados.

Para dificultar a verificação, os criminosos falsificavam diplomas de instituições de outros estados, já que as universidades são responsáveis ​​por enviar os documentos formais iniciais dos recém-formados. A quadrilha chegou até mesmo a criar um e-mail falso em nome da Uneb, usando o endereço ” [email protected] “. Segundo a PF, o esquema funcionava como uma espécie de organização empresarial.

Entre os investigados para adquirirem os diplomas falsos estão profissionais de saúde, incluindo enfermeiros. Em depoimento, os falsos médicos alegaram ter sido vítimas do golpe da quadrilha, mesmo tendo pago para obter documentos falsos e exercer a medicina. A investigação encontrou registros desses falsos profissionais no Programa Mais Médicos, iniciativa do governo federal que visa suprir a carência de médicos em municípios do interior e nas periferias das grandes cidades.

Procurado para comentar, o Ministério da Saúde informou que ainda não foi oficialmente notificado pela PF, mas indicou ser vítima de fraude e garantiu que irá colaborar com o assunto. O programa Mais Médicos verifica os documentos dos candidatos formados no país com base no cadastro do Conselho Federal de Medicina, conforme declarado pelo ministério.

A pasta federal também revelou que um dos supostos falsos médicos foi incluído no programa em 2016 e teve sua adesão prorrogada por três anos em 2019. A suposta falsa entrada profissional no programa em 2019 e prorrogou seu vínculo por um ano em 2022, de acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Saúde.

A pasta declarou ainda que assim que receber o comunicado da PF, fornecerá todas as informações disponíveis e, “se comprovadas as irregularidades, serão aplicadas as obrigações devidas aos envolvidos”.



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