Governo suspeita que Planalto foi grampeado ilegalmente

A Polícia Federal divulgou na noite de quarta-feira (16) uma das escutas feitas nas chamadas telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A revista Carta Capital observa que o áudio divulgado começa antes de o assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atender a ligação. Do outro lado da linha está uma secretária da presidenta Dilma Rousseff e é possível ouvir a voz dela, conversando com uma interlocutora não identificada. “Ela quer falar com Lula”, diz a secretária.

O telefone chama. Logo atende o assessor de Lula, que passa o telefone para o ex-presidente. O diálogo foi feito no dia 4 de março, data da condução coercitiva de Lula autorizada por Moro.

A reportagem conversou com delegados da Polícia Federal e agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que acreditam que o grampo foi um ato de espionagem, feito dentro do Palácio do Planalto.

Internos do Palácio do Planalto também opiniam que a sede do governo federal está grampeada. Segundo a publicação, novas varreduras devem ser realizadas para verificar a existência de escutas clandestinas.

“É grampo dentro do gabinete da Presidência da República e isso pode desmoralizar a operação”, destaca o senador Roberto Requião (PMDB-PR) “O Moro acha que é um Messias com a espada do senhor. Vaidade e deslumbramento podem desfazer tudo de positivo que já foi feito até agora”, completa o senador.

A publicação conversou com delegados da PF e eles explicaram que existe a possibilidade técnica de um grampo captar o som ambiente de quem faz uma ligação para um telefone grampeado mesmo antes de a ligação ser atendida.

Segundo delegados, isso aconteceria porque a interceptação, não apenas na Lava Jato, mas em qualquer operação, começa quando o número grampeado é discado. Assim, a gravação, que é feita pelas empresas de telefonia e duplicada para um equipamento da Polícia Federal, começa nesse momento, e não apenas quando o telefone do outro lado da linha é atendido.

A Carta Capital destaca que em nota divulgada pela força-tarefa da Lava Jato há duras críticas a quem levanta a possibilidade de as gravações serem ilegais. O MPF se diz obrigado a “esclarecer que as interceptações telefônicas foram legalmente determinadas pelo Juízo da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba”.

“As tentativas de amedrontar policiais federais, auditores da Receita Federal, procuradores da República e o juiz federal Sérgio Moro devem ser repudiadas”, diz a força-tarefa, acrescentando que “os atentados à investigação revelam a extensão do abuso de poder e do descaso com o Estado Democrático de Direito na República”. (Notícias ao Minuto)



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia