Michel Temer diz que aliança eleitoral entre PMDB e PSDB é prematura

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O presidente da República Michel Temer disse, ontem, que não há “nenhuma previsão” para uma aliança entre o PMDB, o seu partido, e o PSDB para as eleições presidenciais de 2018. Segundo ele, uma proposta nesse sentido agora seria “extremamente prematura”. “Essas coisas só vão ser cogitáveis a partir do final do ano que vem. Não há nenhuma previsão pra esta espécie de aliança”, afirmou ontem em entrevista coletiva concedida em Goa, na Índia, onde participa da cúpula dos Brics (grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O jornal Folha de S. Paulo revelou, anteontem, que o senador Aécio Neves (PSDB- MG) e o secretário de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, já começaram a conversar sobre uma aliança entre os dois partidos. “Temos uma base de mais de 20 partidos e é natural que haja muitas vezes uma ou outra afirmação”, disse Temer. “O que há é a aproximação com os partidos da base aliada que permitiram ao governo ter uma vitória muito significativa (na votação da PEC do teto dos gastos)”, explicou.

Quebra de sigilo
Questionado na coletiva sobre a decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Herman Benjamin, na quinta-feira passada, de determinar a quebra de sigilo bancário de três gráficas que prestaram serviço à campanha de 2014 da chapa Dilma-Temer, o presidente garantiu que cumprirá a decisão que for tomada pelo Judiciário. “Se um dia o Judiciário decidir, depois de todos os recursos utilizados, que a chapa deve ser afastada, evidentemente nós vamos cumprir essa decisão”.  Uma perícia realizada pelo TSE mostrou que as gráficas não apresentaram documentação necessária para comprovar que prestaram os serviços para os quais foram contratadas.

Temer chegou a Goa às 9h30 (1h em Brasília) de ontem, acompanhado dos ministros José Serra (Relações Exteriores) e Blairo Maggi (Agricultura) e da primeira-dama, Marcela. O ministro Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) já estava na Índia para o Brics.

Brasil quer ampliar comércio com a Índia
De um lado, a Índia, com crescimento de mais de 7% e um mercado de 1,3 bilhão de consumidores. Do outro, o Brasil, com PIB que ainda deve registrar queda em torno dos 3% neste ano e um déficit no comércio bilateral com o país asiático de mais de

US$ 670 milhões (R$ 2,1 bilhões). A disparidade, mais acentuada desde 2015, mostrou a necessidade de se estimular, entre empresários brasileiros, maior volume de comércio e investimentos com o parceiro que, percentualmente, mais cresce nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Ontem, ao chegar com o presidente Michel Temer no estado indiano de Goa para a cúpula dos Brics, o chanceler José Serra disse que o comércio com a Índia pode ser “triplicado” nos próximos anos. “Há um potencial imenso. (A balança comercial) deve estar entre US$ 7 bilhões e US$ 8,5 bilhões. Isso pode ser duplicado, triplicado ao longo dos anos”, afirmou Serra.

Segundo estimativa do Conselho Nacional de Pesquisa em Economia Aplicada, da Índia, a classe média do país – de famílias com renda anual entre US$ 4.500 e

US$ 25.400, que poderiam ser um mercado em potencial para o Brasil – soma cerca de 267 milhões de pessoas. O número é maior do que as populações totais de Japão, Alemanha e Argentina, que recebem um volume bem maior de exportações brasileiras do que a Índia.

Temer e o premiê indiano, Narendra Modi, se encontrarão amanhã para assinar um acordo de cooperação e facilitação de investimentos para reduzir a burocracia e oferecer proteção jurídica aos empresários. Na sequência, os

dois receberão empresários dos dois países – do lado brasileiro, estarão representantes da Vale, da Marcopolo e de empresas de softwares e de engenharia elétrica e automação. (Correio)

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