Moraes diz que Ramagem usou Abin para espionagem ilegal a favor da família Bolsonaro

Ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem — Foto: Foto: Valter Campanato/Ag Brasil

As investigações do esquema de espionagem ilegal feita pela Abin mostram que o ex-diretor, o deputado Alexandre Ramagem, usou a estrutura da agência para produzir provas e fazer serviços de contrainteligência a favor da família Bolsonaro. Na decisão que autorizou a operação desta quinta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes cita que policiais federais cedidos à Abin agiram para interferir em diversas investigações para produzir provas favoráveis ao filho do ex-presidente, Renan Bolsonaro.

Na decisão, Moraes ainda cita que a Abin elaborou relatório para a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, quando ele era deputado estadual. A PF identificou que o coordenador do Centro de Inteligência Nacional fazia os relatórios para subsidiar os advogados do senador no caso das rachadinhas. Para a investigação, o órgão foi usado para finalidades alheias àquelas institucionais.

Em outro esquema ilegal, consta que a Abin atuou para monitorar a promotora do Rio de Janeiro que coordenou a força-tarefa das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.

As investigações mostram ainda a tentativa da Abin de associar os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes à organização criminosa PCC. E o uso da estrutura da Abin para monitorar o hoje ministro da Educação, Camilo Santana, na época em que ele era governador do Ceará, inclusive com uso de drones na casa dele.

A Polícia Federal também revela o uso da espionagem ilegal para monitorar o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a deputada Joice Hasselmann e Roberto Bertholdo.

A operação desta quinta gerou uma troca de farpas inclusive entre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto,e o do Congresso, Rodrigo Pacheco. Valdemar chegou a chamar Pacheco de frouxo e omisso por autorizar busca e apreensão no gabinete de Ramagem. Pacheco respondeu, disse ser difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral, e ainda alfinetou Valdemar afirmando que publicamente ele defende impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema.



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