Como uma Lanchonete de Rodoviária virou exemplo de gestão

Em Santo Antonio de Jesus, cidade a 184 quilômetros de Salvador, a lanchonete Tedesco vai contra tudo que se espera de uma lanchonete de rodoviária. Em 2014, recebeu uma certificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) pelos seus processos de higiene e controle operacional.

O local funciona 24 horas por dia e, além dos viajantes, fornece alimentação a hospitais e escolas da região. Mais do que um restaurante, a Tedesco conquistou o posto de empresa de alimentação e a confiança dos clientes. “Temos vários serviços com eficiência e produção em um só local. E isso tem nos promovido”, diz Melentino Antônio Tedesco, 59 anos, dono do negócio.

Criada em 1991, a empresa chegou a ter quatro filiais. No começo, a lanchonete atendia passageiros de ônibus que faziam parada na rodoviária. Depois de muitas reclamações, Tedesco resolveu buscar um foco. “Eu vendi três unidades e comecei a buscar qualidade. Eu precisava chegar a um modelo que não é só para o produto. É um modelo mais extenso, que se preocupa com as pessoas. Empresas que não fizerem sua própria cultura não vão sobreviver”, diz.

Com a ajuda de parceiros como o Sebrae, o primeiro passo foi diversificar. A lanchonete virou restaurante e, em pouco tempo, estava fornecendo refeições para hospitais da região, fazendo delivery para empresas e garantindo a segurança dos alimentos. “A norma técnica transmite segurança alimentar. Não temos um alimento de luxo, mas ele é seguro, para você se alimentar e ser saudável”, afirma.

Um dos diferenciais da empresa é conhecer, de ponta a ponta, seus fornecedores. Por isso, para fazer um suco de laranja, a empresa conhece o fornecedor, usa máquinas avançadas e faz uma sanitização das frutas, diminuindo as possibilidades de contaminação. “Hoje, a norma técnica nos estabelece um processo de controle desde o nosso fornecedor até o momento que o produto sai para o cliente”, diz.

tedesco

Segundo Tedesco, a empresa trabalha focada em três pilares: financeiro, social e meio ambiente. Todos os controles são feitos com base nestes aspectos. Os 49 colaboradores trabalham instruídos sobre segurança alimentar, mas também com orientações produtos usados, como óleo, papelão e latinhas. “Temos 39 planilhas de controle e produção interna hoje”, explica.

Essas iniciativas fizeram com que a empresa ganhasse, neste ano, o Prêmio MPE Brasil na categoria serviços de turismo. A premiação é realizada pelo Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau, com apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).  “Nós trabalhamos também com a área de sustentabilidade. Nós aproveitamos todo óleo saturado, que é revendido para indústria que faz ração animal, a latinha é aproveitada, o papelão tem local específico para o catador buscar e toda água tratamos para retirar 60% da gordura e de resíduo orgânico”, diz.

Com faturamento anual de R$ 1,8 milhão, a empresa enfrenta também a crise. “O que está difícil nesse ano é que o movimento caiu. Estamos perdendo vendas porque o consumidor não está gastando. Por isso, estamos lançando novos serviços, como o kit festa e Tedesco na Escola, para oferecer alimentação de qualidade para alunos”, explica.

*Globo



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia