“Na teoria a violência é como futebol, todo mundo é especialista, mas o que nós como cidadãos fazemos para reduzir?”, questiona comandante

Com o aumento da violência, a polícia tem buscado reverter a situação na mediada do possível, mas nem sempre a justiça e sociedade caminham lado a lado. Em contato com a Rádio Andaiá FM, o comandante do 14ª Batalhão, Tenente Coronel Adalberto Piton comentou que esse alto índice está visível e vai além da violência física. “A gente se apega muito a violência física, psicológica que vimos no dia a dia, mas também tem a violência simbólica. Um estudioso dizia que uma pessoa que amanhece o dia numa fila aguardando uma oportunidade de fazer um exame médico ela também sofre violência? Então a violência tem várias vertentes, vários viés, a gente tem q analisar o conjunto”, disse. Com base nos anos de experiência, o comandante falou que hoje em dia a violência está extremada, pois a pessoa não se contenta em cometer o homicídio apenas, mas chega ao ponto de esquartejar e/ou queimar o corpo da vítima. “Então a violência está chegando num patamar insuportável. Num acidente de transito na BR, por exemplo, as pessoas antes de socorrer ou de acionar o socorro estão saqueando a carga, então esse mesmo agrupamento social que exige da policia uma presença constante de prevenção”, frisou. Ele salientou que existe a violência cultural também, como exemplo a Índia, onde o índice de homicídio é baixíssimo, pois devida a crença religiosa, o indiano acredita que se matar uma pessoa, o espírito do morto vai persegui-lo pelo resto da vida. “O juiz falou que o alto índice de separação é devido à falta de amor. A gente sabe também que as questões na família refletem diretamente na segurança, é um dos fatores, não é o principal. A gente ver que naturalmente as pessoas buscam sempre a policia como solução primeira, e por outro lado eu fico tranquilo porque toda sociedade tem consciência de que o problema de violência não é necessariamente um problema que tem que ser resolvido em primeira mão pela polícia. Outra coisa, discute, discute, mas o que precisamos fazer de concreto? Na teoria a violência é como futebol, todo mundo tem opinião, todo mundo é especialista, todo mudo sabe as causas e consequências, mas o que efetivamente nós como cidadãos, as instituições públicas e privadas, a sociedade organizada tem feito para reduzir essa violência?”, questionou.

 

Jéssica Oliveira/Blog do Valente 



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