Árbitra diz que sofreu homofobia e foi ameaçada de morte por técnico de time de SAJ

Foto: reprodução

A árbitra Nina Mercês participou da sessão da Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus, desta terça-feira (2), para pedir aos vereadores mais atenção para o esporte.

O que motivou a árbitra foram as agressões que ela conta ter sofrido no último dia 15 de março quando apitava uma partida do campeonato municipal de futsal entre o Atlético City e o AECS futsal.

Na ocasião, segundo Nina, o técnico do time AECS futsal, Wendel, fez ofensas homofóbicas contra ela, a agrediu verbalmente e a ameaçou de morte.

“Ele estava invadindo a quadra a todo momento e eu pedindo para ele se afastar um pouco porque estava me atrapalhando, ele disse que não iria sair, que iria passar por cima de mim e eu disse que eu iria passar porque era meu local de trabalho. Quando eu tentei passar ele tentou dar tipo um tombo. (…). O técnico disse que ia me esfolar viva e iria me quebrar toda no pau quando eu passasse por ele”, contou em contato co radialista Itajay Júnior.

Após este momento, conforme a esportista, ela comunicou à mesa de arbitragem o ocorrido, a mesa teria interferido, mas logo depois o técnico teria reiniciado as agressões verbais.

“Depois ele veio de novo, e teve uma situação que ele chegou pra mim e começou a me xingar, me ofender, falar até da minha orientação sexual, falar da minha pessoa mulher, falar do meu trabalho, que eu era uma merda e com isso eu o expulsei. (…). Eu fiquei acuada porque eu fiquei sozinha como mulher. Os meus colegas de arbitragem ainda me ajudaram a me defender. Pediram para ele se retirar. Os colegas deles puxaram este cidadão para poder ele não me agredir fisicamente””, detalhou.

Durante a entrevista, ela ainda explicou porque demorou para tornar a situação pública. “Eu não quis tornar público diretamente, porque eu tive uma ofensa por parte do secretário, que inclusive é meu primo, Cal Mercês, ele dizer que eu queria fazer politica dentro do futebol”. A situação foi registrada na Delegacia local e segue em investigação.

Posicionamento da Liga Santoantoniense de Futebol

Nanny Brutal, presidente da Liga Santoantoniense de Futebol do município, também se pronunciou sobre o episódio, uma vez que Nina faz parte do quadro de arbitragem da entidade.

“A gente recebe esta notícia com muita tristeza. O esporte não é lugar para isso. É lugar de união, compreensão, respeito. O esporte é vida, e a gente fica triste quando existem estes eventos ligados a violência e principalmente violência contra mulher”, disse.

Segundo Nanny, a Liga que trabalha para que situações  narradas por Nina não aconteçam em jogos de futebol. “A Nina faz parte do quadro de árbitro da Liga Santoantoniense de Futebol e a gente está fazendo de tudo para que isso não aconteça no estádio municipal”.

Ele também disse esta confiante de que o secretário de Esportes, Cal Mercês, irá se pronunciar em breve. “Eu acho que Cal precisa se pronunciar, porque eu acho que ele vai se pronunciar. Vamos aguardar o pronunciamento dele para que a gente fique a mais a parte, o que ele pensa”.



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