Dia Roxo: Visões e cheiros também podem representar sintomas de epilepsia

Cor associada a solidão e mistério, o roxo também é utilizado para lembrar o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia, no dia 26 de março. A doença, que pode ser diagnosticada em qualquer idade, tem origem genética ou adquirida. De acordo com a neurologista Carla Bastos, do Hospital da Bahia, a epilepsia adquirida pode ser provocada por diferentes fatores, como trauma crânio-encefálico, AVC, paralisia cerebral e doenças degenerativas. “A gente diz que epilepsia é uma doença do cérebro em que o paciente tem uma predisposição a crises epilépticas. As crises epilépticas, por sua vez, são sinais de sintomas transitórios, como movimentos, sensações, que são decorrentes de uma atividade elétrica anormal”, explicou em entrevista ao Bahia Notícias. Apesar de conhecida pela população em geral pelos problemas motores momentâneos e perda de consciência, a crise epiléptica é caracterizada por outros sintomas. “Qualquer sensação pode ser uma crise epiléptica. A característica mais marcante da crise epiléptica é que ela é breve e tem início espontâneo. Uma crise epiléptica pode, por exemplo, começar com uma sensação de cheiro, então ela pode ficar só com a sensação de um odor ruim ou evoluir para os sintomas motores. Há ainda alterações psíquicas, como visuais, às vezes manchas”, afirmou a especialista. Com sinais tão variados, a epilepsia tem diagnóstico baseado principalmente na história clínica do paciente, além de exames complementares. Para um diagnóstico positivo, o paciente precisaria ter, segundo Carla, duas crises epilépticas sem causa definida e separadas por um intervalo médio de 24 horas. “Um paciente diabético que tem uma baixa da glicemia, por exemplo, pode ter uma crise epiléptica, mas isso não é epilepsia. A crise foi um sintoma”, disse. Entre os exames para confirmação do quadro estão o eletroencefalograma, que avalia a atividade elétrica cerebral, e o exame de imagem – tomografia ou ressonância. Apesar da possibilidade de controle dos sintomas, não é possível falar em cura. “O tratamento tem dois pilares: controle das crises epilépticas e qualidade de vida do paciente. A escolha do fármaco é individualizada de acordo com cada paciente e cada epilepsia. Entre 70% e 80% dos pacientes conseguem controle total das crises com fármacos. Existem algumas epilepsias, como a epilepsia da infância, que contam com crises em alguns períodos da vida. A gente não chama de cura, mas de ‘crise de epilepsia resolvida’, caso aquele paciente fique dez anos sem crise, sendo cinco desses anos sem medicação”, completou. Ainda assim, o mais importante no caso de identificação de sintomas, alertou a neurologista, é a busca por um especialista, que poderá diagnosticar e encaminhar o paciente para exames e tratamentos necessários.

*BN



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