Especialista da Clínica Santo Antônio explica cuidados que motoristas devem ter com a visão

 

Recentemente um homem de 29 anos foi preso ao pilotar uma motocicleta embriagado e sem habilitação, no km-377 da BR-242, trecho do município de Seabra, na Chapada Diamantina. O mais surpreendente é que, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o condutor também é deficiente visual, tendo apenas 20% da visão em um dos olhos e não enxergando absolutamente nada com o outro.

Casos como esses chamam a atenção para os cuidados com a saúde dos olhos no trânsito, onde são colocadas à prova estímulos como os de reflexo, além dos constantes movimentos rápidos e da permanente exposição à luminosidade. Competências que são comprometidas pelo álcool, que embora não faça a pessoa “enxergar menos”, torna mais lento todos os processos sensoriais do ser humano.

O oftalmologista Gustavo Gutemberg, da clínica Santo Antônio, explica que, em relação aos testes de visão aos quais os condutores se submetem para que se retire a habilitação, os critérios para aprovação são objetivos.  “No nosso dia-a-dia, a gente se depara muito com pacientes um pouco revoltados com a reprovação, a nível do médico do Detran. O médico testa a visão, e se esta visão se enquadra no que está na lei, ele dá a permissão pra se  conduzir o veículo; se não se enquadra, não dá. Não existe uma questão pessoal”.

O especialista explica ainda que cada carteira exige um determinado grau de visão, seja ele de um olho só, chamada de visão monocular, seja dos dois olhos, chamada visão binocular. “Se uma pessoa sofre um acidente e perde um dos olhos, ele pode dirigir, contanto que esse outro olho tenha uma visão perfeita. Nesses casos, ela está apta a dirigir veículos leves que é a carteira B e dirigir motos que é a carteira A. Mas se ele tiver um olho só e tiver visão moderada, que é em torno de 80%, ele não vai poder conduzir nenhum tipo de veículo”.

Porém, para a condução de veículos pesados, como carretas e caminhões, a exigência é um pouco mais profunda, porque o ser humano precisa dos dois olhos pra ter uma melhor noção de profundidade, que é a visão chamada estereopsia. “É extremamente comum o paciente que já dirige há 10, 20 anos, e que sempre conhecia um médico que liberava para ele a carteira. Aí, depois de um tempo, ele é reprovado e fica revoltado, dizendo ‘mas doutor, eu enxergo tudo’. Então, você tem explicar que ele enxerga tudo com um dos olhos, mas muitas vezes é reprovado porque ele tem uma visão perfeita de um dos olhos e uma visão deficiente do outro. E pra dirigir caminhões, carreta, ele precisa ter uma visão muito boa dos dois olhos”, esclarece o oftalmologista.



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