Cientistas anunciaram nesta quinta-feira (7) ter desenvolvido um método eficaz e barato para destruir os ovos do mosquito que transmite a dengue e o Zika, recorrendo ao perfume dos próprios insetos para atrair as fêmeas.
O sistema inclui uma armadilha chamada ovillanta, criada a partir de duas partes de 50 centímetros de um antigo pneu, colocadas de forma a simular uma boca, dentro da qual é colocado um fluido leitoso e não tóxico, desenvolvido pela Universidade Laurentia, no Canadá, que atrai os mosquitos.
O líquido está uma tira de papel ou madeira onde a fêmea do mosquito põe os ovos. Esta tira é removida duas vezes por semana, para monitoramento, e os ovos são destruídos pelo fogo ou com etanol.
Os cientistas observaram que não foram registados novos casos de dengue na zona abrangida pelo estudo, uma comunidade que normalmente teria duas ou três dezenas de casos naquele período, um dado que consideraram interessante, mas episódico.
O autor do estudo, Gerardo Ulibarri da Universidade Laurentian, disse que destruir ovos de inseto com a ovillanta custa um terço do que custa fazê-lo em depósitos de água natural e apenas 20% do que custa o uso de pesticidas, que, além de matarem os insetos, prejudicam os morcegos, as libélulas e outros predadores naturais dos mosquitos.
Os mosquitos Aedes aegypti – que transmitem o Zika, a dengue, a chikungunya e a febre-amarela – são extremamente difíceis de controlar com outras estratégias, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Um surto de Zika afeta atualmente a América do Sul, e o Brasil, o país mais afetado, registou mais de um milhão e meio de casos.
O vírus é transmitido aos seres humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti, que existe em 130 países, e na maioria dos casos provoca apenas sintomas gripais benignos, ou não provoca sintomas de todo.