Sabia que a endometriose afeta pelo menos seis milhões de brasileiras?

Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva revelam que 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, ou seja, entre 19 e 44 anos, apresentam endometriose. Conhecida como “a doença da mulher moderna”, o problema acomete principalmente mulheres sem filhos, que trabalham e vivem em grandes cidades.

São 180 milhões de mulheres no mundo, e seis milhões no Brasil portadoras da endometriose. Esta doença acontece quando o tecido normalmente encontrado dentro do útero da mulher (endométrio) cresce em outros locais, como ovários, trompas ou outros órgãos. Este tecido é o responsável pelos sintomas destas pacientes, afirma Dra. Cristiane Ortigosa, médica ginecologista da Eurofarma.

Os principais sintomas da doença são cólicas menstruais intensas, dores abdominais, alterações intestinais ou urinárias, fluxo menstrual intenso e dor durante as relações sexuais. Por isso, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menor será a chance de complicações no futuro, já que a doença impacta na vida pessoal e profissional da paciente. “Essas mulheres apresentam maior incidência de depressão e estresse emocional pela dificuldade de levarem uma vida normal devido aos sintomas, como as fortes dores”, ressalta a especialista.

Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva mostram que os custos totais com saúde devido à endometriose chegam a € 30 bilhões na Europa e US$ 22 bi apenas nos Estados Unidos. Pesquisas realizadas pela organização apontam que as limitações físicas, causadas pelos sintomas ou tratamentos/cirurgia, dificultam a realização das atividades do dia a dia. No trabalho, por exemplo, cerca de 60% das pacientes entrevistadas admitiram faltar em torno de 2,8 dias por mês, o equivalente a 33,6 dias por ano.

Um ponto importante a ser destacado é que mulheres a partir da primeira até a última menstruação podem ser acometidas pela doença. “Mesmo podendo acontecer em jovens desde o seu primeiro ciclo menstrual, a maioria dos diagnósticos é feito quando a paciente está na faixa dos 30 anos”, ressalta Dra. Cristiane.

As causas que levam ao aparecimento da endometriose ainda não são totalmente conhecidas. Estresse e ansiedade costumam estar presentes nestas pacientes. O fato de as mulheres estarem engravidando menos e mais tardiamente já é considerado pelos médicos como uma das causas do aumento da incidência da endometriose nos dias de hoje, já que isso faz com que elas menstruem mais vezes ao longo de sua vida reprodutiva, cerca de 400 vezes contra 40 no início do século 20.

A endometriose lidera as causas de infertilidade entre mulheres acima dos 25 anos. Estima-se que aproximadamente 30% a 40% das pacientes inférteis tenham algum grau de endometriose. Porém, após o tratamento adequado, que pode ser intervenção cirúrgica ou medicamentosa, a gravidez torna-se possível.

“Trata-se de uma doença progressiva. Sem o tratamento adequado, pode gerar aderências e infiltração dos focos da doença em órgãos vizinhos. Além de poder causar infertilidade e quadros de dores crônicas, que não melhoram com medicações analgésicas”, ressalta Dra. Cristiane.

Para a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva a endometriose deve ser encarada como uma doença crônica, que necessita de um plano de tratamento de longo prazo a fim de otimizar o tratamento medicamentoso e evitar procedimentos cirúrgicos de repetição. É importante ressaltar que não existe cura permanente para a endometriose. O grande objetivo do tratamento é aliviar a dor e os outros sintomas.

*NM



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