Na contramão da magreza como regra, por saúde, mulheres enfrentam desafio de engordar

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A atual ‘Era Fitness’ faz com que até os mais desleixados com a saúde tenha conhecimento de algo relacionado a dietas. Se você que está lendo esta matéria não está de dieta, provavelmente conhece alguém que faz.

Não é difícil se deparar com aquele parente ou amigo que só fala de métodos para emagrecer, alimentos e suplementações que consome. Ou até mesmo aquele colega de trabalho que leva aquele lanchinho saudável ínfimo – aquela frutinha ou castanhas/amêndoas – e te olha com aquele olhar de julgamento por você estar malandramente se deliciando com uma coxinha.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos brasileiros com mais de 18 anos está acima do peso.  Cerca de 56,9% da população apresenta um índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25, que significa excesso de peso.  Além disso, 20,8% das pessoas são classificadas como obesas por terem IMC igual ou maior que 30.

Mas, como toda regra tem sua exceção, com dietas não poderia ser diferente. Existem pessoas que vão no contra-fluxo dessa dinâmica de emagrecimento e lutam para engordar. Calma, não precisa se remexer e bradar: “Ah, aí é fácil, é só tomar sorvete e comer hambúrguer o dia inteiro. Meu sonho… Vou perguntar se a pessoa quer trocar de corpo comigo”.

De acordo com a nutricionista Alda Costa, é mais difícil para um paciente atingir os objetivos de uma dieta de engorda do que o contrário. “Geralmente as pessoas que têm dificuldade para engordar têm um metabolismo muito acelerado e por isso perdem peso com mais facilidade do que o normal”, afirma.

O PESO DE ENGORDAR

A empresária Caroline Santana, 24 anos, viveu o drama de penar para engordar e, no entanto, emagrecer com extrema facilidade. Ela fez dieta de engorda no período de um ano e dois meses e teria que ganhar dez quilos. Com muito custo, a jovem conseguiu engordar oito. “Agora faço uma dieta para manter o meu peso, senão eu emagreço tudo de novo”, afirma.

Ela conta que resolveu buscar ajuda de um profissional depois de tentar malhar e seguir uma dieta por conta própria e não atingir os resultados. “Eu até conseguia ganhar uns dois quilos, mas depois os perdia rapidamente, com uma simples ida à academia ou até mesmo dormindo”, conta. “Quando busquei o nutricionista, fiz a medição do meu IMC e vi que meu peso, à época 44 quilos, era de uma pessoa subnutrida para a minha idade e altura. Eu estava doente e não sabia”, afirma.

Segundo a nutricionista, uma dieta como essa deve ter alimentos que sejam calóricos e ao mesmo tempo nutritivos. “As oleaginosas, como amêndoas e sementes de girassol, são ricos em gordura e dão saciedade. Elas ajudam o paciente a engordar com saúde, sem alterar as taxas de colesterol, diferentemente de um hambúrguer, por exemplo”, explica.

A especialista conta que a prática de atividade física deve ser aliada ao tratamento, mas faz um alerta: “O consumo de calorias deve ser maior do que a perda de calorias. É uma conta matemática simples: para conseguir engordar, o paciente deve ingerir mais do que gastar durante o seu dia.

Caroline conta que não tinha restrições alimentares, que poderia comer uma fatia de torta sem culpa, mas que evitava comer frituras e afins durante a semana para não comprometer as taxas de colesterol. “Sempre tive uma taxa alta de LDL por causa da minha genética familiar, então eu me controlava”.

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Além do peso, a empresária sofria com tonturas, dificuldade para menstruar porque o corpo não tinha força, enfraquecimento capilar e das unhas. “Comer os alimentos corretos ajudou a combater esses outros problemas. Meu cabelo cresceu, minhas unhas ficaram mais fortes e não tenho mais tontura. Também tomei medicamentos naturais, como ômega 3 e colágeno.

Ainda segundo a nutricionista, ser magro não é sinônimo de ser saudável. “´Existem pessoas acima do peso que estão com as taxas de açúcar e colesterol controladas e pessoas magras com as taxas alteradas”, diz.

Mesmo após a dieta, Caroline conta que tem consciência que ela ainda é uma pessoa magra, mas que isso já não é um problema para ela. “Sei que sou magrinha, mas já me sinto muito mais realizada com meu corpo. Pelo menos a minha saúde está em dia e eu sou uma pessoa saudável”, explica.

“Eu explico para meus pacientes que cada um tem um biotipo e que devemos buscar o melhor que podemos ser, mas sempre consciente dos nossos limites para evitar a frustração”, afirma a especialista.

Hoje, com 52 quilos, Caroline se diz uma pessoa mais feliz e satisfeita com o próprio corpo. “Antes eu era tão magra que minhas costelas apareciam e eu ficava com vergonha de ficar de biquíni na praia”, diz. “Depois que engordei, meu humor e auto estima melhoraram e já não fico na paranóia sobre o que os outros vão pensar se me virem de biquíni”, afirma.

Veja depoimento da jovem no vídeo abaixo:

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*Foto: Reprodução

(Aratu Online)



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