Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2023/2025, surgirão no Brasil 7.930 novos casos de câncer entre crianças e adolescentes. Esse quadro torna urgente a necessidade de um mapeamento da situação do atendimento do câncer infantojuvenil em todo o país.
Projeto para mapear o atendimento do câncer infantojuvenil
A Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (Coniacc) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) desenvolveram um projeto para mapear a situação do atendimento do câncer infantojuvenil em todo o país.
O projeto, chamado de Mapeamento Nacional das Instituições de Assistência às Crianças e aos Adolescentes com Câncer, tem o apoio do Ministério da Saúde e de instituições que trabalham com câncer infantojuvenil, como o Childhood Cancer International (CCI), a Sociedade Latinoamericana de Oncologia Pediátrica (SLAOP) e a Keira Grace Foundation.
A primeira fase do projeto foi realizada em agosto de 2023, como um piloto. Em abril de 2024, as equipes devem voltar a campo para realizar o mapeamento completo.
Previsão de mapear mais de 100 instituições
A previsão é mapear todas as instituições que tratam crianças e adolescentes de câncer no país, tanto as que estão habilitadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como as que não estão.
“O primeiro foco vai ser olhar para todas as instituições, habilitadas e não habilitadas, até para entender porque a instituição não é habilitada mas trata o câncer infantil”, ressaltou a médica oncologista pediátrica Carolina Camargo Vince, coordenadora do ‘Molecular Tumor Board’, vinculado ao Comitê de Medicina de Precisão da Sobope.
A especialista lembrou que algumas dessas instituições são localizadas em regiões carentes de serviços nas regiões Norte e Nordeste. “Simplesmente deixar de atender criança com câncer nessas áreas não é o caminho”.
Resultados do mapeamento serão usados para subsidiar novas políticas públicas
Os resultados do mapeamento serão usados para subsidiar novas políticas públicas para o atendimento do câncer infantojuvenil no Brasil.
“Com esse mapeamento, vamos ter uma visão mais ampla da realidade do atendimento do câncer infantojuvenil no país”, afirmou a presidente da Coniac, Maria Inês Ortiz. “Isso vai nos ajudar a propor políticas públicas mais eficientes e eficazes para garantir o acesso ao tratamento de qualidade para todas as crianças e adolescentes com câncer no Brasil”.
