Até o Réveillon, Wagner muda 5 secretários

Até o dia 31 deste mês, o governador Jaques Wagner deve modificar o comando de cinco secretarias por conta das eleições no próximo ano. O número de mudanças poderá ser maior, caso os convites a deixar o cargo se estendam também a integrantes de cargos do segundo escalão.Os prazos e os critérios para a saída devem ser confirmados pelo governador até amanhã, diz o secretário de Relações Institucionais, César Lisboa.

Segundo ele, a conversa, que deveria ter acontecido ontem, foi adiada por conta da mobilização para amparar os moradores de Lajedinho, atingido por um temporal. “A proposta do governador é que se antecipe a saída prevista pela legislação eleitoral para o dia 31 deste mês para todo mundo que for candidato”, diz Lisboa. Os únicos que poderão permanecer nos cargos são os candidatos a cargos na chapa majoritária. A medida deverá dar mais tempo nos cargos ao secretário-chefe da Casa Civil, Rui Costa, indicado pelo PT ao governo, e ao vice-governador Otto Alencar na secretaria de Infraestrutura do estado.

Reforma administrativa

Apesar de as mudanças atingirem quase 20% das 26 secretarias estaduais, o governo rejeita a ideia de que fará uma reforma na administração do estado. “O desenho das relações partidárias praticamente não vai mudar. A única exceção será o caso do Turismo, com a saída de (Domingos) Leonelli”, diz César Lisboa. O secretário Domingos Leonelli, do PSB, deixa o governo porque a presidente do partido dele no estado, a senadora Lídice da Mata, é pré-candidata ao governo. Outro que vai sair, neste caso para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, é o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, do PP. “É a única mudança envolvendo nosso partido”, diz o presidente do PP baiano, o deputado João Leão. O PP vai apresentar ao governador dois nomes que já integram a Seagri: o chefe de gabinete, Jairo Carneiro, e o superintendente de atração de negócios, Jairo Vaz.

Do PT, partido de Wagner, são citados “oficiosamente” como candidatos os secretários de Comunicação, Robinson Almeida, da Saúde, Jorge Solla, e do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Moema Gramacho. O presidente eleito do partido no estado, Everaldo Anunciação, diz que o partido aguarda as definições do governador Jaques Wagner. “Os cargos são do governador Jaques Wagner. A escolha dos nomes que saem e dos nomes que entram é dele”, diz o presidente do partido.

Calendário cria clima de incertezas entre aliados

A aproximação do dia 31 traz algumas incertezas para partidos que integram a base de apoio ao governador Jaques Wagner. O presidente do PCdoB, o deputado Daniel Almeida, por exemplo, diz que ainda aguarda uma definição oficial do governo em relação à mudanças nos quadros políticos que atuam no estado. A expectativa dele é que a situação seja discutida no Conselho Político, que integra os partidos da base de apoio. ?A tradição é o prazo legal para desincompatibilização, que no ano que vem será em 5 de abril. O governo fala em fazer as mudanças agora em dezembro, o que pode fazer sentido em alguns casos, mas em outros não?, diz.

Ele defende que as mudanças se restrinjam aos cargos em que algum possível candidato tenha poder de ordenar despesas. ?Nós não temos nenhum secretário que vai ser candidato no ano que vem. E mesmo nos outros cargos, o que há são postulações. Alguns podem nem sair de fato?, diz. Entre os possíveis candidatos do PCdoB estão o presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, a chefe de gabinete da Secretaria do Trabalho, Olívia Santana, e o superintendente da Secretaria de Saúde, Alfredo Boa Sorte. Do outro lado, na expectativa de mais espaços com as mudanças, está o PR. ?Quando houver um convite do governador Jaques Wagner , ele terá a nossa colaboração?, diz o presidente o partido na Bahia, o deputado José Rocha. (A Tarde)



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