É seguro tirar a máscara? Especialistas opinam sobre liberação

Ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já liberaram uso da máscara; na Bahia, não há previsão para reflexibilização

 

Com o avanço da vacinação e a redução do número de casos de Covid-19 após um novo pico causado pela variante Ômicron, a liberação da obrigatoriedade do uso de máscara começou a entrar em discussão. Ao menos cinco estados, além do Distrito Federal, já autorizaram os cidadãos a não utilizar o equipamento em ambientes abertos.Na Bahia, no entanto, ainda há previsão de quando o decreto que obriga o uso de máscaras em espaços fechados e também abertos deixará de existir. De acordo com a Prefeitura de Salvador, a capital baiana segue o mesmo caminho.

Em nota, a Secom informou que “o decreto municipal determina a exigência do uso de máscara em ambientes abertos e fechados (a exemplo de ruas, parques, praças, escolas, repartições públicas e estabelecimentos comerciais), para evitar a disseminação da Covid-19”. E que por isso “não há indicação, neste momento, de suspensão do uso deste equipamento de proteção individual (EPI)”.

Mas qual é a decisão mais indicada? Infectologistas ouvido pelo iBahia ainda têm ressalvas em relação a medida de relaxamento. Para Fernanda Grassi, da Friocruz, apesar do número de casos caindo de maneira progressiva, é necessário ter precaução na “volta da normalidade”.

“Acredito ser precipitado retirar as máscaras. Ainda não temos uma cobertura vacinal tão extensa, especialmente quando falamos de dose de reforço e vacinação de crianças. Precisava ter mais segurança para dar esse passo”, opinou. No entanto, a infectologista crê que “estamos caminhando” para ter essa confiança.

Grassi ressalta ainda que não é possível por enquanto mensurar o impacto das festas de carnaval em diversas partes do país, que podem causar uma nova onda de casos.

O infectologista Claudilson Bastos também considera esta liberação precipitada. “Crianças não foram totalmente imunizadas, por exemplo. A gente precisa ter uma imunidade completa para a partir daí avaliar as três medidas principais: distanciamento, higienização das mãos e uso de máscara”.

Segundo o especialista, o ideal é que o número de pessoas completamente imunizadas – incluindo com dose de reforço – seja de cerca de 80%, contando com crianças.

Já o infectologista Bruno Fernando Buzo acredita que retirar a máscara seja um caminho natural com o avanço da vacinação no país. Porém, o especialista ressalta que a flexibilização deve ser gradual. “Primeiro aumentamos o número de participantes em eventos, depois libera o uso de máscara em espaço aberto, para depois haver uma liberação no espaço fechado, corporativo”, explicou.

Grupos de riscos

Os especialistas são unânimes em dizer que pessoas no grupo de risco – idosos, gestantes, imunossuprimidos e pessoas comorbidades – idealmente devem manter o uso da máscara, especialmente em espaços fechados, independentemente dos decretos.

“Isso não significa que essas pessoas precisam ficar trancadas em casa, mas quando for sair o recomendado é usar máscara e quem for encontrar com pessoas nestes grupos de risco, também fazer uso”, ponderou Fernanda Grassi.
A recomendação inclui pessoas que não estão com o ciclo vacinal completo e também crianças. No Brasil, atualmente, menos de 50% daquelas de 5 a 11 anos tomaram uma dose da vacina.

Situação do momento
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 652 mortos por Covid-19. A média móvel voltou a ficar acima de 500 após seis dias.

Em relação a vacinação, 84,1% dos brasileiros receberam pelo menos uma dose do imunizante e 73,6% com as duas doses. E apenas 32,2% do país tomou a dose de reforço.

Na Bahia, de acordo com dados da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), 81.76% dos baianos receberam duas doses ou a dose única da vacina. Em relação a terceira dose, o número cai para 36%.



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