A VI Semana Acadêmica da Facemp segue com a programação diversificada abordando temas de interesses sociais. Na tarde desta quarta-feira (26), foi realizada no Nissa (Núcleo De Integração Social e Profissional) a palestra ministrada pelo professor e oncologista Dr. João Neiva. A abordagem teve como tema o Câncer de mama, discussão bastante relevante, sobretudo no mês outubro quando são intensificadas as campanhas de prevenção e tratamento da doença. “Hoje a palestra foi mais destinada ao público de fisioterapia e enfermagem, para mostrar para eles a importância que essas áreas têm a ver com o diagnóstico precoce. Isso faz com que eles aprendam a valorizar o trabalho deles e a diagnosticar precocemente esses tipos de tumores”, disse Dr. Neiva.
De acordo com o professor, a fisioterapia tem um importante papel no tratamento do câncer de mama. “Quando a gente fala de prevenção do câncer de mama hoje, um dos principais aspectos é o controle da obesidade. O fisioterapeuta, assim como os preparadores físicos, terapeutas ocupacionais que fazem parte da estrutura da equipe multidisciplinar de qualquer serviço de saúde, sabe a importância disso. Então o papel da prevenção também é do fisioterapeuta. Além disso o físio trabalha com a reabilitação, a mulher que retira a mama pode ficar com limitação do movimento, o que pode fazer com que o campo de radioterapia seja prejudicando e se o campo de radioterapia for prejudicado o risco de recidiva local é muito grande. Então o fisioterapeuta tem um papel importante no tratamento , na prevenção, e na reabilitação desses pacientes”, explicou.
Para o professor e oncologista, há um avanço quanto à aceitação dos exames preventivos. “Começa uma geração que entende a importância do autoexame, do diagnóstico precoce”, afirmou.
A palestra contou com a presença do grupo “Amigas do Peito”, além da participação atuante dos estudantes da Facemp, como destaca o professor Dr. João Neiva. “Ano passado fizemos a palestra e teve um número bom. Este ano tivemos um número bastante significativo que mostra a preocupação dessa juventude com a divulgação do diagnóstico precoce e o tratamento”, elogiou.
Segundo a fisioterapeuta e também coordenadora do curso de Fisioterapia da Facemp, Lívia Mendonça, a principal dúvida dos estudantes é a relação da fisioterapia com a oncologia. “Nós temos uma especialidade que é a fisioterapia na oncologia. O câncer de mama seria uma vertente. Então todas as pacientes que passam por uma abordagem cirúrgica têm algumas consequências que são abordadas pela fitoterapia. A questão do movimento do braço, do lado da mama, a retirada dos linfonodos. Isso compromete toda o sistema de drenagem desse braço, então a gente faz a drenagem os exercícios para recuperar e trabalha a cirurgia dessas pacientes. Portanto existe sim uma abordagem da fisioterapia no acompanhamento pós operatório”, acrescentou.
Além da fisioterapia e da enfermagem, a Sociologia também propõe o diálogo quanto a prevenção do câncer de mama. É o que explica a socióloga e também professora da Facemp, Laudiceia Soares. “A minha participação é socializar essa questão do câncer de mama, uma questão séria e, pensando nessa socialização que estamos tocando na prevenção. Que essas pessoas previnam esse problema que, uma vez diagnosticando previamente, pode ser sanado”, disse.
Para a professora, a Semana Acadêmica se destaca pelo tema e também pela participação dos estudantes. “Tem sido muito positiva até porque a Facemp acertou quando trouxe a inclusão social como tema maior. Lembrando que a inclusão social aqui não é ceder o espaço às pessoas, mas devolver o direito que elas têm. Elas têm o direito de saber o que é o câncer de mama, têm o direito de saber que, apesar daquela deficiência elas têm direitos que podem estar encubados, politicamente. Portanto do ponto de visa da Sociologia, é importante que estejamos juntos, socializando e mostrando para os alunos que somos sempre passíveis de aprendizagem”, ressaltou.
A professora Laudiceia destaca ainda que o evento é uma forma de divulgação já que muitas pessoas ainda não se informam a respeito da doença. Outra questão também é baixa atenção dos homens quanto ao câncer de próstata. “Ainda é muito sutil, o homem brasileiro ainda está muito tímido, infelizmente. Tudo isso é fruto de uma construção social, o machismo, e a gente sabe que as construções sociais demandam muito tempo para serem construídas. É processual, mas a gente chega lá”, completou. (Blog do Valente)