Entre janeiro e junho de 2023, o Brasil perdeu 427.934 empresas entre micro, pequeno, médio e grande porte, segundo levantamento da Contabilizei com base em dados do CNPJ.
O saldo negativo é resultado de um número maior de fechamentos de empresas do que de aberturas. No período, foram inauguradas 2,08 milhões de empresas, mas 2,83 milhões foram encerradas.
A indústria foi o setor mais afetado, com três vezes mais empresas fechadas do que abertas no segundo trimestre deste ano. No total, foram encerradas 25.151 empresas industriais, contra 7.810 abertas.
O comércio também teve saldo negativo, com 129.515 empresas fechadas e 61.685 abertas no segundo trimestre. Já os serviços fecharam 196.651 empresas e abriram 133.836.
Por outro lado, as micro e pequenas empresas criaram quase 710 mil vagas de trabalho no primeiro semestre de 2023, impulsionando a criação de empregos formais no país. O número corresponde a cerca de 70% do total de vagas com carteira assinada geradas no período.
O Sebrae explica que esse movimento é semelhante ao registrado nos primeiros semestres de 2021 e 2022.
As baixas de MEI também são mais raras, pois os custos para manter a empresa aberta são baixos. Alguns meses de baixa elevada foram detectados, mas boa parte em virtude de ações do governo de limpa de cadastro.
Soares explica que há setores dentro dos MEIs e MEs que ganharam gás mesmo no pós-pandemia, por um aumento da prestação de serviços próprios e remotos.
Ele cita o exemplo de quem “se emancipa” do mercado corporativo e passa a trabalhar por conta, como também o reforço de setores como o de tecnologia, que passaram a trabalhar para empregadores estrangeiros.
Pelo lado das empresas, a conexão com fornecedores maiores também forçou formalizações. É o caso de e-commerces, que se vincularam a grandes marketplaces comandados pelas varejistas. Para operações nas principais plataformas, os empreendedores precisaram emitir notas fiscais dos produtos.
