O real teve o terceiro pior desempenho em relação ao dólar nos últimos 10 anos, segundo um levantamento da consultoria financeira L4 Capital e dados da plataforma financeira Investing.
Na janela de referência, o real perdeu 54% de seu valor, ficando atrás apenas do peso argentino (98,37%) e do peso uruguaio (70,24%).
A desvalorização do real tem sido impulsionada por uma série de fatores, incluindo a crise econômica brasileira, a inflação alta e o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos.
A crise econômica brasileira, que começou em 2014, levou a uma queda na confiança dos investidores e a uma fuga de capitais do país. Isso pressionou o real e fez com que ele perdesse valor em relação ao dólar.
A inflação alta também é um fator que contribui para a desvalorização do real. Quando a inflação está alta, o Banco Central precisa aumentar as taxas de juros para controlar os preços. Isso torna o Brasil um destino menos atraente para os investidores estrangeiros, que preferem investir em países com taxas de juros mais baixas.
O aumento das taxas de juros nos Estados Unidos também tem pressionado o real. Quando os juros nos Estados Unidos sobem, os investidores buscam aplicações mais seguras, como títulos do Tesouro americano. Isso também leva a uma saída de capitais do Brasil, o que pressiona o real e faz com que ele perca valor em relação ao dólar.
A desvalorização do real tem um impacto negativo na economia brasileira. Ela torna as importações mais caras e dificulta as exportações, o que pode levar à perda de empregos e ao aumento da inflação.
Os turistas brasileiros também são afetados pela desvalorização do real. Quando o real está mais fraco, os turistas precisam gastar mais dinheiro para viajar para o exterior.
No entanto, cabe ressaltar que a valorização do dólar não é só demérito da América do Sul. Há também um movimento de maior aplicação de recursos nos Estados Unidos, que valoriza a moeda.
Como os EUA são a maior economia do mundo, os investidores tendem a ter mais segurança sobre os retornos financeiros que terão e, assim, acabam voltando os olhos para lá em momentos de maior insegurança ou aversão ao risco para aplicações financeiras.