‘The Elevator’: Curta de diretor baiano recebe prêmios e é exibido em festivais no exterior

Foto: reprodução

Produzido no Canadá, o curta-metragem “The Elevator”, escrito e dirigido pelo baiano Victor Santos, já recebeu 14 premiações no exterior, como melhor curta LGBT pela Paris Film Awards e pela London International Short Film Festival, e foi exibido em diversos festivais internacionais, como alguns realizados em Chicago, nos EUA, Viena, na Áustria, e Scarborough, na Austrália.

“The Elevator” conta a história de Gabriel e Sam, que se conhecem após cruzarem algumas vezes no elevador, cenário onde se passa o filme. Buscando superar a timidez, Gabriel tenta passar por cima das suas inseguranças para chamar seu vizinho para sair.

Em entrevista ao BN Hall, Victor contou que se formou em jornalismo na UFBA em 2019, mas antes de cursar comunicação foi para Vancouver, no Canadá, para estudar inglês.

“O Canadá nunca tinha sido para mim um país que eu desejava muito visitar. Mas quando vim para cá pela primeira vez, soube que Vancouver e Toronto eram grandes pólos da produção de cinema audiovisual. Voltando para o Brasil para cursar jornalismo, já tinha a intenção de trabalhar com cinema e em algum momento vir para o Canadá para trabalhar na área de audiovisual”.

O baiano se mudou no começo de 2020 para fazer o curso de cinema na George Brown College, porém, após dois meses de aulas, Victor teve que parar o curso devido a pandemia do coronavírus.

“Em março de 2020, o College fechou por causa da Covid. Ficamos um tempo sem aula e depois retornamos de forma online. Só que assim, na minha área algumas matérias podem ser à distância, mas tinham aulas que não tinham como ser online. Eles tentaram fazer uma adaptação. Então o resto do meu curso todo acabou sendo online. Eu senti que não pude aproveitar 100% do que o curso podia me oferecer, mas durante o terceiro semestre o College realizou a produção de uns curtas e comerciais e convidaram alunos para que pudessem participar para aprender, em uma equipe reduzida. Participei da produção de um curta, como assistente de produção, e essa foi a minha primeira experiência no set de gravação”, disse.

No penúltimo semestre do curso, Victor teve aula de construção de roteiro e a instituição de ensino proporciona que a história possa ser apresentada no último período de formação. Para isso, é necessário montar uma equipe com cinco pessoas, sendo a pessoa que escreveu o roteirista e diretor, e os demais componentes sendo produtor, diretor de fotografia, assistente de direção e alguém para cuidar do design de produção, que juntos montam a ideia do projeto que passa pela análise de uma banca de professores.

Entre 21 alunos que participaram da seleção, 12 estudantes foram selecionados, sendo o baiano um deles. No quarto semestre de ensino, o curso foco do curso é a produção de um curta e para essa realização a George Brown disponibiliza uma quantia para a construção do projeto.

“O College deu 600 dólares para gente produzir, normalmente eles são 500 dólares, mas eles entenderam que seria necessário um pouco mais por causa da situação da Covid. Já o resto dos custos, ou tem que ser adequado ao valor disponibilizado ou arrecadado pela equipe”, explicou.

Quando estava buscando uma ideia para criar um roteiro, Victor queria uma história que fosse fácil de produzir e que não demandasse tantas pessoas e muitas locações, por causa da pandemia. “Não sabia se seria em um parque, em um elevador… e aí eu comecei a pesquisar e a minha ideia inicialmente era contar a história de um casal, e não teriam diálogos, mostrando cada fase do relacionamento e como o amor vai se desenvolvendo”. O diretor disse que sempre teve interesse em histórias que envolvem relacionamentos, porém na hora de escrever não conseguiu se identificar com o tema.

Na mesma época em que precisava desenvolver o roteiro, o baiano estava ajudando um amigo em uma mudança e uma situação que lhe ocorreu despertou a ideia.

“Teve uma hora que eu entrei no elevador carregando um monte de caixas e chegou uma moça que começou a puxar assunto comigo. Eu sou tímido e não gosto de falar com as pessoas assim do nada, e essa moça do elevador puxava assunto comigo, então pensei: ‘isso pode dar uma história”.

A primeira cena do curta é semelhante à situação que ocorreu com Victor e de acordo com ele, os personagens representam muito da sua personalidade: Gabriel tem o lado tímido, mas de quem tem muito a dizer, e Sam possui um jeito engraçado, de quem gosta de fazer as pessoas rirem.

“Os personagens se completam mesmo sendo opostos. Eu acho que a ideia do elevador veio de que aquele espaço claustrofóbico resulta em conversas que mesmo que você não queira ter podem gerar algo a mais”, afirma.

O curta “The Elevator” está sendo exibido atualmente apenas em festivais de cinema, mas conforme o diretor, ainda em 2022 o filme pode ser disponibilizado online para que mais pessoas possam assistir.

Fonte: Bahia Notícias



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