CPI dos Maus-Tratos aprova condução coercitiva de artista nu

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos no Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira, requerimentos para a convocação coercitiva do artista Wagner Schwartz, responsável por uma performance artística de nudez no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). A medida também vale para o curador da exposição, Gaudêncio Fidélis. Segundo informou a Agência Senado, como ambos não responderam ao convite para as audiências da comissão em São Paulo, eles serão conduzidos por força policial.

O objetivo da CPI é investigar suspeitas de maus-tratos contra crianças e adolescentes no país. A mulher que teria autorizado a filha a se aproximar do artista durante a performance compareceu a uma reunião reservada da CPI, mas preferiu não se pronunciar.

— A minha indagação era se ela não tinha conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente — afirmou o presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES).

A performance de Schwartz ocorreu no último dia 26 de setembro, na abertura do 35º Panorama de Arte Brasileira, no MAM de São paulo. Um vídeo gravado durante a performance gerou polêmica porque mostra a criança, acompanhada da mãe, aproximando-se e tocando os pés do artista nu, que se manteve o tempo todo imóvel, deitado no chão. A performance, batizada de “La bête”, é uma releitura da obra “Bicho”, da pintora e escultora Lygia Clark.

O debate sobre liberdade de expressão, censura e a relação entre arte e sexualidade ganhou força depois da polêmica causada recentemente pelo Santander Cultural de Porto alegre, que cancelou a exposição “Queermuseu – Cartografias da diferença da arte brasileira” após protestos nas redes sociais.

*OGlobo



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